É comum vermos psicólogos e psicanalistas discutindo como os processos inconscientes moldam nossos pensamentos, sentimentos e comportamentos conscientes. Quem nunca ouviu falar de situações em que traumas de infância, desejos reprimidos ou até mesmo sonhos nos impactam sem que tenhamos plena consciência disso?
Freud, ao propor o modelo dinâmico do aparelho psíquico — composto pelo Id, Ego e Superego —, deixou claro que essas instâncias não operam de forma isolada. Elas estão em constante interação, influenciando-se mutuamente. Embora o inconsciente desempenhe um papel primordial nessa dinâmica, seria um erro ignorar o poder do consciente. A neurociência reforça essa ideia ao demonstrar que a prática consciente e repetitiva de um hábito ou habilidade pode reorganizar as conexões neurais — um fenômeno conhecido como neuroplasticidade. Em outras palavras, nossas escolhas conscientes literalmente remodelam nosso cérebro e, por extensão, influenciam nosso inconsciente.
Não é difícil entender como isso funciona. Pense bem: se os processos conscientes não fossem capazes de influenciar os inconscientes, estaríamos completamente à mercê de impulsos automáticos, sem filtro ou autocontrole. É só observar a natureza. Os cães, ao perceberem uma fêmea no cio, seguem o instinto e se amontoam ao redor dela, guiados exclusivamente pelo chamado biológico. “Mas muitos humanos também agem assim…” — é, se você pensou isso, não está errado. Mas, ao contrário dos cães, temos ferramentas conscientes à disposição para reverter esses padrões. A grande questão é: estamos usando essas ferramentas?
A mente consciente possui um arsenal poderoso para moldar o inconsciente. A repetição de pensamentos ou ações, por exemplo, é uma das formas mais eficazes de criar hábitos. Pense em aprender a dirigir: no início, cada movimento exige atenção total, mas, com o tempo, as ações se tornam automáticas. Da mesma forma, afirmações positivas e visualizações criativas podem ajudar a reprogramar crenças inconscientes, substituindo padrões limitantes por novos pensamentos mais construtivos.
Outro exemplo é a meditação mindfulness. Quando direcionamos conscientemente nossa atenção ao momento presente, criamos a oportunidade de interromper padrões automáticos de reatividade emocional. Isso não só melhora a qualidade de nossas respostas, mas também reconfigura o funcionamento de regiões cerebrais associadas ao estresse, como a amígdala.
Agora, pense nos conflitos internos. Quando trazemos para o campo da consciência questões antes escondidas — como traumas, inseguranças ou medos —, abrimos espaço para ressignificá-los. Isso é exatamente o que acontece na terapia: ao explorar nossos desconfortos, trazemos conteúdos do inconsciente para a luz do consciente. Uma vez ali, podemos trabalhá-los de forma ativa e devolvê-los ao inconsciente transformados — isso é o que chamamos de ressignificação.
O mais fascinante de tudo isso é que, ao compreender como a mente consciente pode impactar o inconsciente, deixamos de ser simples espectadores de nossos impulsos. Tornamo-nos autores ativos de nossa própria narrativa interna. E isso significa que, embora não possamos controlar tudo, temos o poder de influenciar muito. Esse já é um recurso incrível para transformar nossa vida.
E você? Como tem usado sua consciência para impactar positivamente seu inconsciente? Talvez seja hora de refletir sobre isso e aproveitar o poder que já está em suas mãos.
— Alessander Raker Stehling
📚 Transforme sua vida com 3 E-books Essenciais para o seu Autoconhecimento.
Acesse agora ➜ https://www.psicanalisefacil.com.br/ebook-autoconhecimento
☑ Aprenda Psicanálise de forma Simples e Fácil. Clique no link e conheça o nosso curso ➜ https://www.psicanalisefacil.com.br/curso-psicanalise-facil

Comentários