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Foto do escritorAlessander Raker Stehling

Autoaceitação: O primeiro passo para a mudança? Entenda a visão de Freud, Jung e Rogers.

Quando me aceito como sou, posso então mudar? Como assim? Alguns vão dizer: "Mas eu já me aceitei, uai?", enquanto outros dirão: “Temos de aceitar é Jesus, não a nós mesmos.” Indiferente do que pensem, essa frase solta pode ter muitas interpretações, mas vamos examiná-la à luz da psicanálise e da psicologia analítica.


Freud estudou bastante a repressão — um dos principais mecanismos de defesa descritos por ele. A repressão é uma força poderosa que mantém pensamentos, sentimentos e memórias dolorosas fora da consciência. Quando reprimimos aspectos de nossa personalidade, não eliminamos essas partes de nós; apenas as empurramos para o inconsciente. Isso pode levar a comportamentos impulsivos e explosões emocionais, pois o conteúdo reprimido encontra formas indiretas de se manifestar.


Pense em alguém que constantemente nega sua raiva. Ele pode achar que é uma pessoa tranquila, mas, na verdade, essa raiva reprimida pode explodir em momentos inadequados, como gritar com um colega de trabalho por um motivo fútil. Negar essa raiva não a faz desaparecer; pelo contrário, ela se acumula e encontra outras formas de escapar.


Jung complementa essa visão com o conceito das sombras. As sombras são partes de nós que preferimos não reconhecer, como medos, desejos e traços de personalidade que consideramos inaceitáveis. Quando ignoramos nossas sombras, elas podem dominar nosso comportamento de maneira inconsciente. Aceitar nossas sombras, como Jung sugere, não significa ser conivente com características negativas, mas reconhecer que elas existem e trabalhar para integrá-las de forma saudável.


Por exemplo, alguém pode ter uma tendência a manipular os outros, mas se nega a reconhecer isso. Essa pessoa pode acabar manipulando sem perceber, prejudicando suas relações. Quando aceita essa tendência, pode trabalhar para transformá-la, talvez desenvolvendo uma comunicação mais honesta e assertiva.


Aceitar-se como se é não significa conformar-se com as próprias falhas. Ao contrário, é o primeiro passo para a verdadeira mudança. Quando reconhecemos e aceitamos nossas fraquezas, estamos mais bem equipados para trabalhar nelas de maneira consciente. É como olhar para um espelho e ver tanto o que nos agrada quanto o que não nos agrada. Apenas quando vemos a imagem completa podemos começar a fazer mudanças significativas.


Rogers, Freud e Jung, cada um a seu modo, nos mostram que a verdadeira mudança começa com a aceitação. A repressão e a negação apenas prolongam nosso sofrimento e impedem o crescimento. Ao enfrentarmos nossas sombras e aceitarmos todas as partes de nós mesmos, podemos começar a transformação genuína. Afinal, é através da aceitação que encontramos a liberdade e força para mudar.


— Alessander Raker Stehling

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Curioso paradoxo:  Quando me aceito como sou,  posso então mudar. Frases Carl Rogers
Curioso paradoxo: Quando me aceito como sou, posso então mudar. Frases Carl Rogers

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