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Foto do escritorAlessander Raker Stehling

Freud e a Repressão dos Instintos: Por que a Civilização Nos Obriga a Ser Tão "Normais"?

Atualizado: 25 de ago.

O que você gostaria de fazer, mas não pode de jeito nenhum? Hehehe, sei que obviamente não vai me contar, mas imagino que entenda que constantemente passam coisas em nossa cabeça que, se fizéssemos, estaríamos ferrados. Atitudes que comprometeriam nosso convívio social, que não seriam bem vistas pelos outros e talvez nos levassem a punições ou críticas severas — “a gente que lute”.


É fato que temos muitos instintos e impulsos, e satisfazê-los na hora que desejamos pode ser um desafio. Talvez já teve que se controlar para não “meter a mão” na cara daquela pessoa sem noção, ou se segurar para não olhar para o corpo daquela pessoa casada, e sei, poderíamos incluir nesta lista muitos comportamentos moralmente questionáveis.


Freud foi um estudioso do comportamento humano e crítico da civilização. Ele dizia que a civilização é construída sobre a renúncia instintual. Isso significa que, para viver em sociedade, temos que reprimir muitos dos nossos desejos e instintos mais primitivos. A sociedade impõe regras e normas que nos dizem o que podemos e o que não podemos fazer. E essa repressão constante não é fácil — mas necessária.



Imagine só, você está dirigindo e alguém te fecha no trânsito. O instinto agressivo “borbulha como um vulcão” e pode ser muito difícil se segurar para não gritar, xingar ou até mesmo partir para a porrada. Mas sabemos que agir assim pode ter consequências sérias, então nos controlamos — ao menos tentamos. Outro exemplo é a atração sexual. Sentir desejo por alguém é natural, mas agir impulsivamente sobre isso, especialmente quando envolve pessoas comprometidas, pode destruir relacionamentos e causar até morte.


Mas o que acontece quando reprimimos constantemente nossos instintos? Freud dizia que essa repressão pode gerar frustração, tensão e até problemas psicológicos. É como segurar uma bola debaixo d'água; eventualmente, ela vai escapar com força. E é aí que entra a necessidade da sublimação.


A sublimação é uma maneira de canalizar esses impulsos inaceitáveis para algo socialmente aceitável. Por exemplo, alguém com fortes impulsos agressivos pode se tornar um boxeador, onde a agressividade é permitida e até incentivada dentro do ringue. Ou uma pessoa com desejos sexuais intensos pode se expressar através da arte, desenhando tabacas e pirocas para aliviar um pouco seu tesão reprimido.


No entanto, é importante notar que a sublimação não resolve completamente o problema. Ela apenas alivia a tensão interna. Os instintos estão lá, sempre prontos para emergir. Por isso, a vida em sociedade é um constante equilíbrio entre nossos desejos internos e as normas externas. E é um equilíbrio difícil de manter.


Então, da próxima vez que sentir um impulso forte, pense em como pode canalizá-lo de forma construtiva. Ou quem sabe, tentar contar até dez, respirar fundo e recitar um mantra indiano. Hahahaha, tô brincando, mas não temos escolha. Algum nível de repressão dos nossos desejos é necessário para a vida em sociedade, e que cada um se vire da melhor forma enquanto tenta não enlouquecer no processo. Afinal, como disse o filósofo Sartre: “Viver é isto: ficar se equilibrando o tempo todo entre escolhas e consequências.”


— Alessander Raker Stehling

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A civilização é construída sobre a renúncia instintual.  Frases Freud
A civilização é construída sobre a renúncia instintual. Frases Freud

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