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Foto do escritorAlessander Raker Stehling

Capitalismo, Desigualdade e a Busca pela Felicidade: Freud e os Desafios da Sociedade Moderna

Ao lermos a frase de Freud que abre este post, ficamos espantados. Como assim? “Freud tá metendo o pau na civilização e me incentivando a retornar à pré-história? Usar roupa de pele de urso, lanças e andar descalço? Ô loco, Freud, sai fora, meu!” Calma, vamos analisar um pouco mais essa ideia dele.


Quando Freud sugere que nossa miséria é causada pela civilização, ele não está literalmente propondo que abandonemos todas as conquistas tecnológicas e culturais e voltemos a viver como os neandertais. O que ele quer dizer é que a estrutura de nossa sociedade moderna, com todas as suas regras, hierarquias e desigualdades, muitas vezes impede a satisfação de nossas necessidades mais básicas e fundamentais.


Vivemos em um mundo onde a concentração de riqueza e poder está nas mãos de poucos, enquanto a grande maioria luta para sobreviver. A civilização, com suas complexas redes políticas e econômicas, tem criado um sistema onde poucos se beneficiam do trabalho de muitos. Nesse contexto, a maioria se sente explorada e infeliz, servindo como engrenagens de uma máquina que gera riquezas e confortos que raramente usufruímos.


As necessidades humanas não se resumem apenas à sobrevivência física, como alimentação e abrigo, mas incluem também a necessidade de pertencimento, reconhecimento e realização pessoal. No entanto, a civilização moderna frequentemente impede a satisfação dessas necessidades, criando um ambiente onde a competição, a alienação e a desigualdade prevalecem.


Na política, vemos isso claramente. Governos e corporações muitas vezes trabalham juntos para manter o status quo, garantindo que o poder e os recursos permaneçam concentrados no topo da pirâmide social. Políticas públicas que deveriam beneficiar a todos são frequentemente moldadas para servir aos interesses de uma elite privilegiada. O resultado é uma sociedade onde a maioria se sente impotente, desvalorizada e constantemente pressionada a se conformar a padrões e expectativas que não trazem verdadeira satisfação ou felicidade.


Freud nos faz refletir sobre a civilização que construímos. Será que ela realmente atende às nossas necessidades mais profundas? Ou será que estamos perpetuando um ciclo de infelicidade e insatisfação, onde a busca incessante por status e riqueza nos afasta de nossa verdadeira essência humana?


A proposta de retornar a condições primitivas não deve ser interpretada de forma literal, mas como uma crítica e um convite a repensar nossa civilização e a maneira como vivemos.


Diante dessa crítica de Freud, cabe a nós questionarmos: como podemos construir uma civilização que atenda às nossas necessidades mais profundas e nos aproxime da verdadeira realização humana? Abandonar a civilização atual e ir morar na roça talvez não seja a solução, mas ajustar o sistema para que ele possa trabalhar para o povo e não o inverso. É necessário um esforço coletivo para repensarmos nossas estruturas sociais, políticas e econômicas, buscando um futuro onde a felicidade e o bem-estar sejam acessíveis a todos e não apenas a alguns, como infelizmente é hoje.


“A política… há muito tempo deixou de ser ciência do bom governo e, em vez disso, tornou-se arte da conquista e da conservação do poder.” Luciano Bianciardi


— Alessander Raker Stehling

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“Boa parte da culpa por nossa miséria vem do que é chamado de nossa civilização; seríamos bem mais felizes se a abandonássemos e retrocedêssemos a condições primitivas.” Frases Freud
“Boa parte da culpa por nossa miséria vem do que é chamado de nossa civilização; seríamos bem mais felizes se a abandonássemos e retrocedêssemos a condições primitivas.” Frases Freud

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