“Quando me aceito como sou, posso então mudar.”
Sabe, essa frase me incomodava muito, eu pensava: mas, como assim? Como alguém poderia aceitar o abandono da própria mãe na infância? As humilhações e agressões físicas dos pais, ou os abusos sexuais sofridos? Isso é um absurdo!
Quebrei a cabeça refletindo, e gostaria de expor as conclusões que tirei sobre isso de forma simples.
Imagine um barco com uma âncora. A âncora é uma parte do barco que tem enorme poder sobre ele. Ela impede o seu livre curso quando é jogada ao mar, ou seja, quando está distante do barco. Contudo, quando é recolhida e fica próxima a ele, não tem mais poder sobre este, que agora pode seguir livremente o rumo que desejar.
Assim são os nossos complexos traumáticos: estes são como âncoras que nos impedem de exercermos nossos potenciais, nosso livre curso. Ficamos “presos” reclamando da vida, pensando na desgraça que foi nossa infância, lamentando o passado e tendo pena de nós mesmos. “Por que isso aconteceu comigo? Eu não merecia nada disso!” É o que passa em nossa cabeça.
Eu concordo, você não merecia isso, sinto muito pelo que fizeram com você. Contudo, lutar contra os fatos não muda nada. O que foi feito, infelizmente foi feito. Como no exemplo do barco, chega o momento de recolher a “âncora” para perto de você, isto é, acolher-se, se aceitar como é.
Quando recolho minha “âncora” para perto de mim, em outras palavras, quando me aceito como sou, com coisas positivas, negativas, e traumas diversos, tenho agora a capacidade de “navegar” para onde eu quiser, não estando mais preso em momentos passados, vivendo de forma parcial, ou limitada.
“Não importa o que fizeram com você. O que importa é o que você faz com aquilo que fizeram com você.” Jean Paul Sartre.
— Alessander Raker Stehling
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