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O Que É o Superego? Freud e a Construção do Nosso Juiz Interno

Foto do escritor: Alessander Raker StehlingAlessander Raker Stehling

Freud, o “papito” da psicanálise, propôs que a mente humana é governada por três instâncias psíquicas: o Id, o Ego e o Superego. Estranhos esses termos, né? Mas não se preocupe, é mais simples do que parece. Essas instâncias são basicamente a nossa bagagem interna dividida em: “pulsões” (Id), “racionalidade” (Ego) e o nosso “sistema moral” (Superego). Uma tríade que, segundo Freud, explica boa parte das nossas neuroses e conflitos internos.


Faz mais de 125 anos que Freud começou a escrever sobre isso... Mas e aí, ele estava certo ou errado? Sem dúvida, ele acertou em muitas coisas e errou em outras, mas vamos abordar um elemento da sua teoria: o Superego, o “moralista” da psique.


Freud sugeriu que o Superego se forma durante a infância, como uma espécie de “herdeiro do Complexo de Édipo”. E você deve estar pensando: “Complexo de quem?” Calma, vamos traduzir. Freud acreditava que, ao crescer, a criança passa por uma fase de intensa identificação com os pais, tanto no amor quanto na rivalidade. É nesse processo que o Superego começa a se moldar.


Como isso acontece? A criança internaliza as regras, valores e expectativas das figuras parentais. Em outras palavras, ela imita e assimila o comportamento dos pais, criando um “manual interno” de certo e errado. Foi isso que Freud chamou de Superego: nosso juiz interno, sempre pronto para aplaudir ou condenar nossas escolhas.


Ficou abstrato? Então, vamos olhar a ciência moderna. Estudos em psicologia do desenvolvimento, como a Teoria do Apego de Bowlby, mostram que as crianças realmente absorvem valores e padrões comportamentais de seus cuidadores. A neurociência social também apoia isso: os neurônios-espelho no cérebro nos ajudam a imitar e aprender com os outros, criando bases para a moralidade e a empatia.



Freud percebeu algo essencial — o ser humano aprende pela imitação e assimilação, especialmente durante a infância. Essa habilidade de observar, copiar e internalizar é uma ferramenta evolutiva poderosa. Pense nisso: ao imitar os mais experientes, aprendemos o que nos ajuda a sobreviver e a nos integrar na sociedade. Ou seja, Freud estava descrevendo um mecanismo que nos tornou a espécie dominante no planeta. Nada mal para alguém do século XIX!


Mas sejamos honestos: o Superego não é só um “herói moral”. Ele também pode ser um problemão. Quando muito rígido, transforma-se em um crítico implacável, causando culpa excessiva e uma autossabotagem digna dos maiores dramas. Por outro lado, se for frouxo, deixa o Id (os desejos…) tomar conta da festa. O segredo, como sempre, está no equilíbrio.


Freud talvez não soubesse que seu conceito estaria tão alinhado com a ciência moderna, mas ele captou algo fundamental: somos o que aprendemos, e o que aprendemos depende de quem imitamos. O mais curioso é que essa imitação começa sem termos consciência, quando ainda somos pequenos demais para perceber. Isso reforça o impacto das nossas primeiras relações e a importância de ambientes saudáveis e acolhedores para o desenvolvimento infantil.


E o que aprendemos nesta discussão aqui?


Talvez a grande lição seja esta: nossa moralidade, tão essencial para a convivência, nasce do mesmo mecanismo que pode nos aprisionar em julgamentos rígidos e culpas excessivas. O lado positivo? Esse “juiz interno” é um guia que nos ajuda a viver em sociedade, a sermos empáticos e responsáveis. O lado negativo? Quando ele se torna tirano, nos desconectamos de nós mesmos, sufocados por padrões que nem sempre nos pertencem.


Por isso, o equilíbrio é essencial. Reconhecer o Superego como uma construção, e não como uma verdade absoluta, nos dá a chance de questioná-lo, moldá-lo e, finalmente, fazer as pazes com ele. Afinal, o que nos define não é apenas o que herdamos, mas o que escolhemos fazer com essa herança.


— Alessander Raker Stehling

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“A instauração do Superego pode ser vista como um caso bem-sucedido de identificação com a instância parental.” Frase Freud
“A instauração do Superego pode ser vista como um caso bem-sucedido de identificação com a instância parental.” Frase Freud

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