Freud faleceu em 1939 e a internet nasceu em 1969, ou seja, trinta anos após sua morte. Ele não pôde ver as maravilhas e avanços que essa tecnologia nos trouxe. Mas, o que ele pensaria da internet e redes sociais?
Ele, como bom amante da literatura, mitologia, arqueologia, arte e peças de teatro clássicas — é, Freud falava de sexo e safadeza, mas era bastante conservador —, iria gostar muito da internet. Pesquisaria artigos científicos, compraria charutos cubanos e livros na Amazon — sem dúvidas que apreciaria os livros físicos —, assistiria algumas séries sobre arqueologia, e veria alguns documentários e peças de teatro. E as redes sociais, Freud as usaria?
Creio que sim, apesar dele ser muito reservado. Para se ter uma ideia, a única gravação da sua voz ocorreu em 1938, apesar do rádio ter surgido em 1896 e a televisão em 1927. Imagino que ele recusou muitos convites para aparecer nessas mídias, no entanto, presumo que ele usaria o Facebook, Instagram, Twitter (todos sem fotos ou com contas Fake), menos o TikTok — ele não devia dançar muito bem e nem iria gostar das músicas e movimentos modernos. Mas o que ele falaria das redes sociais?
Freud provavelmente diria que são “portais de acesso ao inconsciente” e antes das consultas com seus pacientes, daria uma stalkeada em seus perfis. Ali veria de tudo: inveja disfarçada de aplausos, pessoas vivendo em realidades alternativas, narcisistas aos montes, pessoas com baixo amor-próprio mudando a própria aparência com filtros, bastante voyeurismo, muito masoquismo (ficar vendo fotos de famosos e comparando-as com a própria vida é o quê?!), e talvez iria rir (escondido) dos memes com as suas fotos. Em suma: muitas neuroses, atos falhos, chistes, perversões, psicoses, mecanismos de defesa do ego, sublimações, complexo de édipo mal resolvidos e inveja do falo — as feministas iriam odiá-lo com certeza.
Ele iria analisar a fundo o mundo moderno e provavelmente lançaria um livro intitulado “É mal estar na civilização”. Certa vez disse ser “impossível enfrentar a realidade o tempo todo sem nenhum mecanismo de fuga.”, porém, creio que nem ele imaginaria que mergulharíamos de cabeça na fantasia negando a realidade da vida. Por fim, ele ficaria perplexo, muito incomodado com o rumo que a civilização tomou e diria que o mundo precisa de terapia.
— Alessander Raker Stehling
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