As pessoas adoram dizer que “quem vive de passado é museu.” É como se estivessem declarando ao mundo: “Eu já superei, tô bem longe daquele ex-traste. A fila anda e a catraca gira!” E, claro, Goethe tinha razão ao afirmar que ficar preso ao passado é triste e até meio inútil. A vida continua, novas aventuras aparecem, e ficar apegado a um relacionamento fracassado só nos impede de aproveitar o presente.
Mas, vamos combinar, deixar o passado no passado não é tão simples quanto parece. A mente humana é uma máquina complexa, e aqueles momentos difíceis, as falhas e os erros tendem a se repetir na nossa cabeça como um filme ruim que não conseguimos desligar. Por que fazemos isso? Por que voltamos, mesmo que mentalmente, para aquela relação tóxica, para aquele ex que só nos fez mal?
A resposta está no nosso emocional. Quando vivemos algo intenso, seja bom ou ruim, nosso cérebro registra aquilo com força total. Relacionamentos, por exemplo, ativam partes profundas do nosso ser. Estamos falando de laços emocionais, memórias que marcaram; até mesmo a nossa autoestima pode ter ficado ali, pendurada nos momentos gostosos do passado. Então, é natural que a gente volte lá de vez em quando, tentando entender o que deu errado ou, quem sabe, imaginando um final diferente.
Só que isso vira um ciclo vicioso. Voltamos ao passado, revivemos a dor e, sem perceber, trazemos aqueles velhos sentimentos para o presente. Isso acaba nos amarrando, nos impedindo de seguir em frente, de abrir espaço para novas experiências, para novas pessoas.
A chave aqui é entender que o passado deve ser um aprendizado, não uma prisão. Claro, precisamos processar o que aconteceu, aprender com os erros, mas sem carregar essa bagagem desnecessária para a velhice. Afinal, como Goethe nos lembrou, a vida já vai nos trazer novos desafios; não precisamos complicá-la ainda mais trazendo o peso das falhas antigas.
Então, da próxima vez que se pegar pensando no ex, lembre-se: o que passou, passou. Use essas lembranças para se tornar mais forte, mais sábio, e para não repetir os mesmos erros. Mas não deixe que elas controlem o seu presente. Porque o que vale mesmo é viver o agora, com as oportunidades que ele oferece, de cabeça e coração abertos para o novo. E, se a fila anda, que ela ande com você no comando, sem olhar para trás!
— Alessander Raker Stehling
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