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Por Que Fugimos de Nós Mesmos? Reflexões Psicanalíticas Sobre a Correria do Dia a Dia

Foto do escritor: Alessander Raker StehlingAlessander Raker Stehling

Você já conheceu alguém que está sempre ocupado? Que parece nunca ter um momento de pausa, sempre correndo de uma tarefa para outra? Eu me lembro do Toninho, amigo do meu pai. Um homem trabalhador, prestativo, sempre com algo a fazer. Ele cuidava de passarinhos, criava galinhas, era serralheiro, carpinteiro e nunca negava ajuda a ninguém. Para ele e meu pai se encontrarem, era uma verdadeira burocracia. Toninho estava sempre “agarrado”.


Meu pai gostava muito dele, e eu também. Mas hoje, refletindo, não consigo deixar de pensar: será que essa agitação constante não era, de certa forma, uma fuga de si mesmo? Toninho teve um AVC e faleceu, e até hoje me pergunto se essa vida tão cheia de tarefas não teve seu preço. Não só na saúde física, mas também na emocional. Afinal, quanto dessa ocupação era realmente necessária?


Há muita gente assim, você já reparou? Pessoas que, mesmo quando estão em casa ou sozinhas, encontram algo para fazer. Parece que o silêncio as incomoda, que a tranquilidade pesa. É como se estivessem fugindo de algo — ou de si mesmas. Casamentos que já não fazem sentido, traumas nunca enfrentados, medos escondidos no fundo da alma.


A verdade é que parar pode ser assustador. Porque, quando a gente para, o que surge? Aquelas perguntas que evitamos: “Estou feliz com a vida que tenho?”, “Que incômodo interno é esse que estou sentindo?”, “Ficar sozinho… poxa, é chato né?” — perguntas e sentimentos desconfortáveis que preferimos evitar.



A incapacidade de relaxar não é apenas uma questão de rotina agitada; muitas vezes, é uma forma de distração emocional. A ociosidade, para quem está acostumado a fugir, é quase insuportável, porque o vazio traz à tona aquilo que a correria ajuda a esconder.


Mas fugir tem seu preço. O corpo cobra, a mente se esgota, e a vida, essa implacável professora, nos faz revisitar as lições ignoradas. Talvez Toninho, lá no fundo, carregasse dores que nunca conseguiu encarar. Quem sabe sua agitação fosse menos sobre as tarefas e mais sobre as vozes internas que ele temia ouvir.


E você, já experimentou, em alguns momentos, pisar no freio e simplesmente não fazer nada? Talvez, nesse nada, você finalmente consiga ouvir aquela voz suave e esquecida que sempre esteve dentro de você, esperando o silêncio para se revelar. Essa voz não grita, mas carrega verdades capazes de transformar sua vida. Como disse Freud: “A voz do inconsciente é sutil, mas ela não descansa até ser ouvida.”


— Alessander Raker Stehling

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“Para alguns, o tempo que têm para si é cheio de ocupações: em sua propriedade no campo ou em seu leito, em meio à solidão, mesmo que afastados de todos, são incômodos a si próprios.” Frase Sêneca
“Para alguns, o tempo que têm para si é cheio de ocupações: em sua propriedade no campo ou em seu leito, em meio à solidão, mesmo que afastados de todos, são incômodos a si próprios.” Frase Sêneca

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