Pessoas feridas ferem outras pessoas...
É fácil perceber que um ser humano, que nasceu em uma família bem estruturada; com boa renda, habitação, alimentação, emprego e oportunidades educacionais, terá menor risco de ser vítima de traumas, e caso tenha sido, poderá procurar ajuda para tratá-los eficazmente.
Já o outro, que nasceu envolto à pobreza extrema, desemprego, má alimentação, violência, que está isolado da sociedade, com acesso a escolas de péssima qualidade, terá maior risco de sofrer traumas severos e caso tenha sido vítima de algum, dificilmente terá acesso a tratamentos, o que poderá levar tais condenados à repetição dos comportamentos desumanos que sofreram.
O Brasil está entre os cinco países com mais violência doméstica: normalmente as mulheres são as vítimas mais comuns, seguidas por idosos e crianças. Somos — infelizmente — também líderes no abuso sexual infantil, assassinato de homossexuais e o terceiro com maiores mortes no trânsito.
Muitas dessas mortes e traumas poderiam ser evitados através de políticas de saúde pública efetivas, entretanto, a corrupção, a ganância, o fanatismo e a ignorância impedem o enfrentamento destes males na raiz.
É impossível uma verdadeira cura sem o reconhecimento da nossa humanidade e destinos em comum. Vivemos de forma interdependente, sendo assim, a dor de um deveria ser a dor de todos.
Finalizo esse texto com um princípio antigo, Ubuntu, da África do Sul, que gostaria que você refletisse: “A minha humanidade está indissoluvelmente ligada à sua”.
- Alessander Raker Stehling
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