Augusto foi mordido por um Pitbull na infância, e hoje tem medo de qualquer cachorro.
Fernanda foi abandonada pelo ex-marido subitamente, e hoje não consegue sustentar uma relação por muito tempo. De uma hora para outra encerra seus relacionamentos.
Diego aos oito anos foi intimidado por valentões em sua escola, e hoje sente-se congelado e assume uma posição passiva diante de qualquer conflito aterrorizante.
Diante do que leu acima, talvez tenha pensado: “Mas isso não faz sentido algum!” Concordo contigo, não faz sentido, mas isso ocorre diariamente com muitas pessoas. A pergunta é: Por que isso acontece?
Freud e sua filha Anna, descobriram nos seres humanos uma “programação de autoproteção”, que deram o nome de “mecanismos de defesa”. Os mecanismos de defesa são estratégias inconscientes que protegem as pessoas de sentimentos ou pensamentos angustiantes (desprazerosos). Esses mecanismos não são necessariamente ruins, eles evitam nosso sofrimento, porém se tornam negativos quando são aplicados com frequência ou por muito tempo.
Sejamos mais claros: Diego aos 8 anos foi ameaçado por três valentões, ele obviamente não teria chance alguma de defesa, e para não se sentir angustiado em excesso e talvez entrar em colapso, seu “sistema de autoproteção” fez com que ele “congelasse”, e entrasse em um estado de apatia e dissociação. Pense comigo, se ele reagisse poderia apanhar muito, o que seria bem pior, seu cérebro inconscientemente percebeu isso, e agiu para a sua proteção. Algo extramente útil naquele momento.
Neste exemplo acima, o evento traumático ficou conectado com o “sistema de alarme” do Diego, sendo acionado automaticamente por qualquer coisa que se assemelhe ao evento ameaçador da infância. Sua esposa, ao levantar a voz para ele, poderá levá-lo a entrar no mesmo estado de “congelamento” do passado. Na psicologia chamamos isso de “comportamento desadaptativo”, ou seja, algo que não favorece o indivíduo.
O principal papel do terapeuta nestes casos acima, é encontrar os mecanismos de defesa do paciente e ajudá-lo a modificá-los, ou desligá-los por completo. Levando-o a um novo comportamento mais adaptado à própria realidade.
Terapia salva vidas!
— Alessander Raker Stehling
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