“Então foi isso que aconteceu, Camila. Ops, quer dizer, Flávia.”
“Você me chamou de Camila? Tava pensando na sua ex, Roberto?”
“Não é isso, amor, foi sem querer…”
“Sem querer? O nome Camila e Flávia são totalmente diferentes, né, meu bem…”
Vish, essa discussão entre Flávia e Roberto vai dar pano pra manga. E você, já passou por isso? Já trocou o nome da atual pela ex? Eita ferro… Isso que aconteceu se chama lapso, ou engano na fala. Freud, no mínimo, iria investigar esse “erro” do Roberto — mesmo ele jurando até a morte que não estava pensando na ex.
De toda forma, o “sem querer” que o Roberto tentou explicar é real. Ele não seria maluco de chamar a atual pelo nome da ex de propósito — brincar com a morte não é nada saudável, né? Mas o inconsciente, ah, esse não tá nem aí pra lógica ou conveniência. Ele é um universo gigantesco que a gente não controla nem acessa diretamente, e, mesmo assim, interfere em praticamente tudo o que fazemos.
Pra entender melhor, imagine que sua psique é como um iceberg. A parte visível, acima da água, é a sua consciência — aquilo que você percebe e sabe. Mas a parte submersa, maior e mais profunda, é o inconsciente. É lá que ficam memórias, desejos, traumas, experiências e até conflitos que você nem imagina que existem, mas que estão lá, agindo nos bastidores.
Se o inconsciente parece misterioso, é porque ele é mesmo. Não dá pra acessá-lo diretamente, mas ele se manifesta de várias formas no dia a dia: lapsos, sonhos, atos falhos, esquecimentos e até certos comportamentos que você não consegue explicar.
“Ah, mas isso é coisa de Freud, né? O inconsciente nem existe!”
Olha, muita gente diz isso, mas a ciência atual confirma que processos inconscientes são reais e fundamentais. Estudos em neurociência mostram que grande parte das nossas decisões é tomada sem que a gente tenha consciência disso. Nosso cérebro processa informações e reage muito antes de termos qualquer percepção consciente.
Quer um exemplo? Pense naquele momento em que você freia o carro bruscamente porque um pedestre atravessou de repente. É automático, certo? Você não para pra pensar: “Hmmm, estou vendo um pedestre, será que devo frear agora?” Não! Seu inconsciente já decidiu e agiu antes que você sequer percebesse o perigo.
Mas, se o inconsciente é inacessível, como podemos explorá-lo? Essa é uma boa pergunta. Freud propôs algumas formas criativas, como interpretar os sonhos, que ele chamava de “a via régia para o inconsciente”. Sonhos são cheios de mensagens simbólicas que revelam desejos ou conflitos internos. Outra forma é prestar atenção em lapsos e atos falhos, como o do Roberto. Um simples erro pode revelar algo mais profundo, latente.
Tem também a associação livre, usada na terapia, onde você fala tudo o que vem à mente, sem censura, permitindo que ideias inconscientes surjam naturalmente. E até sintomas como ansiedade e fobias podem ser mensagens codificadas do inconsciente, pedindo atenção.
E o que tudo isso tem a ver com você? Absolutamente tudo! O inconsciente influencia como você ama, trabalha, decide e se relaciona. Muitas vezes, é ele que te “sabota” quando você quer muito algo, mas acaba tomando decisões contrárias. E também é ele que te protege, escondendo memórias dolorosas para evitar que você se sobrecarregue.
Entender o inconsciente é como abrir uma porta pra si mesmo. E, no fim das contas, pode ser libertador. Conhecer o que está escondido ajuda a entender por que somos como somos.
Agora, voltando ao drama do Roberto e da Flávia… Será que ele estava mesmo pensando na ex, ou foi só um pequeno deslize do inconsciente? Bem, só um bom terapeuta — ou o tempo — pode responder.
Como dizem por aí: “Ele que lute!”
— Alessander Raker Stehling
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