Vivemos em tempos onde a exaltação do próprio ego se tornou o propósito supremo. Redes sociais são o altar moderno onde o ego é adorado e inflado, alimentado por curtidas, seguidores e comentários vazios. As pessoas postam imagens cuidadosamente selecionadas, filtradas e manipuladas, na busca incessante por validação externa, enquanto a autenticidade e a profundidade das relações humanas são sacrificadas. O indivíduo moderno, cego pela obsessão com a própria imagem, se perde em um ciclo vicioso de comparação e competição, tornando-se incapaz de se conectar verdadeiramente com os outros e consigo mesmo.
O resultado dessa obsessão pelo próprio ego é uma sociedade onde o vazio emocional e a superficialidade reinam. As relações interpessoais se tornam transacionais, baseadas no que o outro pode proporcionar em termos de status e validação. A empatia, a compaixão e a solidariedade, elementos essenciais para uma comunidade saudável, são relegados a segundo plano. Em seu lugar, cresce um senso de superioridade e uma indiferença cruel às necessidades e sofrimentos alheios.
Veja os “influencers”. Essas figuras, muitas vezes sem qualquer habilidade ou contribuição significativa, alcançam status de celebridades simplesmente por dominarem a arte da autopromoção. Eles vendem uma vida de fantasia, repleta de bens materiais e experiências bestas, iludindo seus seguidores a acreditar que a felicidade e a realização estão diretamente ligadas ao consumo e à aparência. Esta cultura da ostentação alimenta um ciclo de insatisfação constante, onde ninguém jamais se sente suficientemente bom ou satisfeito com o que tem ou é.
A frase de Bertrand Russell revela uma verdade profunda em meio a esse caos narcisista: “Não existe nenhuma satisfação definitiva no cultivo de um único elemento da natureza humana, à custa de todos os demais, nem em considerar o mundo inteiro como pura matéria-prima para a exaltação do próprio ego.” Nossa sociedade tem ignorado essa sabedoria, apostando tudo na exaltação do eu, e o resultado é uma epidemia de solidão, ansiedade e depressão. As pessoas estão mais conectadas do que nunca em termos digitais, mas profundamente desconectadas em termos humanos.
— Alessander Raker Stehling
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