Política, Redes Sociais e Responsabilidade: Sartre Nos Faz Refletir Sobre Nosso Papel
- Alessander Raker Stehling
- 24 de dez. de 2024
- 3 min de leitura
— Você viu o preço do dólar? Tá lá nas alturas!
— Culpa de quem? Óbvio que do seu candidato, aquele acéfalo! Quem vota nele só pode ser doente como ele.
— E o seu, que fez isso, aquilo e mais aquilo outro?
— Olha quem fala! E o seu...?
Já viu essa cena antes? Provavelmente, sim. Essas discussões acaloradas — onde nem a mãe do sujeito escapa — são o prato principal nas redes sociais. E, para testar, faço um desafio: volte a este post daqui a um tempo e confira os comentários. É bem provável que encontre discussões assim.
Interessante como a política moderna segue recorrendo à mesma fórmula antiga: dividir para conquistar. Polarizar grupos e estimular brigas é uma tática brilhante para quem está no poder. Afinal, enquanto você briga no Instagram ou no grupo de WhatsApp, quem vai se dar ao trabalho de cobrar transparência ou fiscalizar? Praticamente ninguém. Como dizem por aí: “Quando o gato sai, os ratos fazem a festa.” E aqui, os “ratos” são aqueles que se aproveitam do caos para cometer abusos.
O que muitos esquecem é que estamos todos no mesmo barco. Quando o dólar dispara por insegurança econômica, não é só o “time adversário” que sente o impacto — todo mundo paga a conta. Quer um exemplo prático? Quando o preço da farinha de trigo sobe na Argentina por questões cambiais ou políticas, o pãozinho nosso de cada dia encarece no Brasil. Isso significa menos pão na mesa de quem já tem pouco. E nem sempre somos nós, que estamos aqui lendo, mas aqueles que nem têm acesso à internet.
Agora, imagine se toda essa energia gasta em discussões e ofensas fosse usada para algo realmente útil. E se, em vez de brigarmos por quem está “certo”, nos uníssemos para monitorar, cobrar e exigir ações dos governantes, independentemente de quem votamos? Respeitando as diferenças, mas mirando no bem coletivo. Dá para imaginar quão bom isso seria?
Esse assunto é sério. A corrupção e a impunidade não são apenas números ou manchetes de jornal — elas matam, geram violência, ampliam a pobreza. Quer exemplos concretos? Pense nos hospitais que nunca foram inaugurados porque o dinheiro da construção desapareceu em esquemas fraudulentos. Ou em escolas públicas que não têm material básico porque os recursos foram desviados. Estradas mal construídas, que causam acidentes fatais, porque houve superfaturamento e uso de materiais de baixa qualidade. Corrupção não escolhe partido ou ideologia: destrói tudo e todos.
E é aqui que entra a reflexão de Sartre: “Nossa responsabilidade é muito maior do que poderíamos supor, pois ela envolve a humanidade como um todo.” Não somos apenas responsáveis pelo nosso voto ou pelas nossas opiniões. Somos responsáveis pela forma como nossas ações — ou inações — impactam os outros. Quando escolhemos brigar, dividir e destruir pontes, perpetuamos o sistema que explora a todos.
No fim das contas, a verdadeira revolução pode não estar nas urnas ou nas discussões inflamadas nas redes sociais, mas no reconhecimento de que cada escolha, cada palavra e cada ação individual constrói — ou destrói — o mundo que compartilhamos. Respeitar o outro e agir com responsabilidade coletiva não é só um ideal, é uma necessidade.
A pergunta é: o que você pode fazer hoje, como indivíduo, para melhorar a vida de todos? … só mais uma coisinha: garanto que ficar batendo boca com desconhecidos não é a resposta.
— Alessander Raker Stehling
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