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Foto do escritorAlessander Raker Stehling

A influência da infância na escolha dos relacionamentos amorosos

Atualizado: 8 de ago. de 2023

Maria Clara, uma criança de seis anos, vê sua mamãe sendo espancada pelo marido — o seu papai — regularmente. Ela inconscientemente aprende que apanhar do papai, ouvir palavras ofensivas como “puta”, “vagabunda” e diversas outras ofensas é normal. Ela viveu em um ambiente de agressividade e não de amor, porém, para ela, aquilo foi a sua experiência com o “amor”. Já na vida adulta, Maria Clara sente forte repulsa por homens calmos e carinhosos e tem gritante atração por homens agressivos, truculentos e brutos.


Ela deseja ter uma família, filhos e um marido, porém escolhe repetidamente o mesmo perfil de homens para se relacionar. Foi espancada nos últimos dois relacionamentos e inclusive tentou suicídio três vezes, sendo que, na última vez, foi salva por vizinhos que ouviram gritos em sua casa. Seus amigos dizem que ela “não tem sorte no amor”, e tem “dedo podre” para homem. Maria Clara diz a eles que o problema é porque ela é esquentada, do signo de Áries, e como toda ariana, é sangue quente, não aceita desaforo de homem e por isso acaba se dando mal com eles, pois tem personalidade forte e é rebelde.


Ela, agora com 40 anos, trocou de amigos, empregos, mudou de casa três vezes, porém a sua sina com “homem bichado”, como ela diz, se mantém. Ela hoje não culpa apenas os signos, mas também a sociedade, os tempos líquidos que aprendeu ao ler Zygmunt Bauman — pessoa que passou a admirar. Ela não mais acredita no amor e já desistiu de ter filhos e uma família, aceitou o seu “destino”, que, segundo as cartas de tarô, é esse mesmo.


Mal sabe Maria Clara que a resposta que ela tanto busca fora, sempre esteve dentro de si, no seu comportamento disfuncional aprendido em sua infância, que insiste em se repetir infinitas vezes.


“Sua visão se tornará clara somente quando você olhar para dentro do seu coração. Quem olha para fora, sonha. Quem olha para dentro, desperta.” - Carl Gustav Jung


- Alessander Raker Stehling

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O que não enfrentamos em nós mesmos acabaremos encontrando como destino. - Carl Gustav Jung
O que não enfrentamos em nós mesmos acabaremos encontrando como destino. - Carl Gustav Jung
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