Todos nascemos com uma tendência natural de expressão íntima, de sermos e vivermos quem realmente somos. Uma criança está mais próxima da sua essência, está mais em contato com o seu Self do que um adulto. Esse afastamento de quem realmente somos começa a ocorrer já nos primeiros dias de vida.
Em nossa infância, cada um tem mais apreço por certos comportamentos do que outros, contudo alguns destes comportamentos foram elogiados e outros punidos. Quando nossos cuidadores tinham olhos e sensibilidade para perceberem que aquilo fazia parte de nós, a nossa adaptação à vontade deles era reduzida, ou seja, podíamos ser mais nós mesmos do que o que eles esperavam que fôssemos, o que é bom afinal.
Já quando nossos cuidadores eram rígidos e intransigíveis, ou quando se deixavam influenciar pelo que “todo mundo faz”, “todo mundo pensa”, ou como “todo mundo deve se comportar”, então acabávamos nos adaptando excessivamente aos seus desejos, nos afastando automaticamente da pessoa que realmente poderíamos ser.
Talvez passe em sua mente: mas não somos seres sociais? Não precisamos nos adaptar à sociedade por questões de sobrevivência? Sim, isso é um fato, mas essa adaptação deveria ser apenas parcial, entretanto, alguns se adaptam tanto, que acabam se afastando enormemente da própria essência, digo, de quem realmente são.
Para termos satisfação na vida devemos buscar uma reaproximação com o nosso Self. A individuação (nossa tendência de vivermos nossa singularidade e unicidade) é o objetivo de todos. Isso significa, parafraseando Jesus, deixar brilhar a nossa luz (Mat. 5:16), em outras palavras, devemos mergulhar em nós mesmos, trazendo de nossas profundezas as nossas potencialidades, vivendo-as dia após dia, não negando ao mundo o que de mais numinoso e belo temos, a nossa essência.
- Alessander Raker Stehling
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