Você já teve a sensação de que seu parceiro vive em outro ritmo? Enquanto você quer ação, conversa e movimento, ele parece estar no “modo avião”? Marta sentia exatamente isso e, em uma sessão de terapia, resolveu desabafar.
“Doutor, ele não me dá a atenção que eu quero. Para o senhor ter ideia, quando ele chega do trabalho, senta naquela maldita poltrona e fica parado, tipo morto mesmo, por quase uma hora. Se eu chego para conversar, ele não fala nada...” — Marta falava com os olhos marejados e as mãos inquietas. Antônio, seu marido, manteve-se calmo como um monge budista.
Com a mesma serenidade, ele respondeu:
“Eu gosto de ficar quietinho, sabe? Preciso do meu espacinho depois do trabalho. Mas eu dou atenção a ela, só não é o tempo todo.”
Naquele dia, a terapia rendeu! Marta contou como sentia falta de sair mais, conversar e até dançar aos sábados. Antônio confessou que, para ele, felicidade era “ficar em casa, tranquilo, assistindo a um filme ou lendo um livro”. O problema? Marta era extrovertida até a tampa, e Antônio... bem, ele era um introvertido clássico.
E é aí que mora o dilema de muitos casais. Enquanto um quer festa, o outro quer silêncio. Enquanto uma ama falar sobre o dia, o outro prefere refletir em paz. Parece complicado, mas não se trata de falta de amor — apenas de uma diferença natural de personalidades.
A chave para entender isso está no modo como cada um processa estímulos e energia. Extrovertidos têm menor sensibilidade à dopamina, aquele neurotransmissor do prazer e da recompensa, e por isso buscam mais estímulos externos — conversas, festas, aventuras. Já os introvertidos, com maior sensibilidade, podem se sentir sobrecarregados com facilidade. Para eles, recarregar as energias significa buscar momentos de silêncio e introspecção.
Em termos práticos: enquanto Marta sente que a felicidade está em uma noite de karaokê lotada, Antônio encontra paz na sua poltrona, no silêncio do lar. E tudo bem ser assim — desde que ambos aprendam a respeitar essas diferenças e a se adaptar um ao outro.
Relacionamentos entre extrovertidos e introvertidos podem ser desafiadores, mas também incrivelmente enriquecedores. Marta pode ajudar Antônio a sair da rotina, experimentar coisas novas e socializar mais. Antônio, por sua vez, pode ensinar Marta a valorizar momentos de pausa, reflexão e tranquilidade.
Claro, isso exige diálogo e flexibilidade. Talvez Marta precise dar um tempo para Antônio recarregar as energias antes de passar o relatório detalhado do dia. E Antônio, por outro lado, pode topar um jantar fora ou uma noite dançante de vez em quando só para agradá-la.
E você? Como essas diferenças aparecem no seu relacionamento? Está disposto a dar o primeiro passo e atender às necessidades do outro, ou vai continuar esperando que ele(a) mude primeiro? Porque no fim das contas, aprender a negociar é sempre melhor do que bater o pé.
— Alessander Raker Stehling
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