Vi esses dias a seguinte frase num post: “Homens fortes criam tempos fáceis e tempos fáceis geram homens fracos, mas homens fracos criam tempos difíceis e tempos difíceis geram homens fortes.” Nos comentários, o "pau tava quebrando", com muitos criticando as novas gerações (Z e Alpha), dizendo que são como flocos de neve, hipersensíveis e fracos diante dos problemas. Vamos analisar essa questão juntos.
Há poucas décadas, tivemos duas grandes guerras, sendo que a última terminou em 1945. Em tempos de guerra, é necessário uma forte repressão emocional para que o soldado possa matar o adversário — que, na verdade, é apenas mais um peão nesse jogo de poder, mas isso é outra história. A geração pós-guerra, formada por ex-combatentes, era composta por homens altamente reprimidos, o que refletiu em uma criação rígida e repressiva de seus filhos.
Esses filhos cresceram sob a tutela de pais controladores e insensíveis. Como resultado, decidiram criar seus próprios filhos no extremo oposto, oferecendo carinho e liberdade em abundância, como uma forma de compensação pelas experiências traumáticas e repressivas que viveram na infância.
Seguindo essa linha de pensamento, percebemos que os problemas atribuídos às novas gerações (Z e Alpha) podem ser vistos como uma consequência desse ciclo de criação. A busca por proporcionar uma infância sem traumas resultou em um ambiente onde a frustração e os limites foram minimizados — chegando a zero em muitos casos. No entanto, temos aí um problema grave, pois a frustração é uma parte crucial do desenvolvimento emocional e psicológico. Aprender a lidar com a frustração e a superar desafios é essencial para o desenvolvimento da resiliência, maturidade e autonomia.
Além desse problema criado pela guerra mundial, temos outro: a tecnologia, com suas inovações e facilidades. Ela também desempenha um papel importante nesse cenário. A constante presença de dispositivos digitais e a possibilidade de gratificação instantânea reduzem as oportunidades de enfrentamento e superação de dificuldades. Em suma, elas privam os jovens da tão necessária frustração. Aplicativos, redes sociais e jogos oferecem entretenimento e distração imediata, diminuindo a necessidade de encarar o tédio, a espera e a insatisfação.
Voltando à frase que mencionei no início, podemos ver como ela reflete a dinâmica entre as gerações. A guerra levou uma geração inteira de homens a viver reprimidos emocionalmente. Esses homens criaram filhos altamente reprimidos e controlados, que resolveram compensar o fracasso emocional de suas infâncias nos seus filhos, oferecendo a eles um ambiente excessivamente protegido e liberal, minimizando a frustração e a imposição de limites.
Para garantir que a nova geração, composta por Z e Alpha, se torne resiliente e autônoma, é crucial encontrar um equilíbrio. É necessário proporcionar carinho e liberdade, mas também é essencial impor limites e permitir que enfrentem frustrações e desafios. A tecnologia não deve ser um substituto para experiências reais de enfrentamento e superação. Somente assim, poderemos criar indivíduos preparados para construir e sustentar tempos verdadeiramente prósperos, enfrentando as adversidades com força e determinação, rompendo de uma vez por todas o ciclo proposto por essa frase citada inicialmente.
— Alessander Raker Stehling
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