Há uma frase belíssima de David Viscott que nos leva a refletir profundamente sobre o verdadeiro sentido da vida: “O sentido da vida é encontrar o seu dom. O propósito da vida é compartilhá-lo.” É fascinante como essas palavras capturam algo que está em nossa essência. Ao contrário dos outros animais, que seguem o curso natural de suas vidas sem questionar, nós, seres humanos, somos lançados em uma jornada de autodescoberta, movidos por uma inquietude interior que nos faz questionar: “Qual é o meu propósito? Como posso tornar minha vida significativa?”
Essa busca vai além de encontrar algo que nos realize; trata-se de entender que a vida só adquire significado real quando aquilo que descobrimos em nós mesmos é oferecido ao mundo. Todos temos a necessidade profunda de deixar uma marca, de sentir que nossa existência fez diferença, que nossa vida “valeu a pena” – não apenas para nós, mas também para os outros, para o mundo. Quando encontramos esse dom e o compartilhamos, não só damos sentido à nossa própria vida, mas também cumprimos um papel vital no grande tecido da existência, contribuindo para o crescimento e enriquecimento da humanidade.
Arthur Schopenhauer é um exemplo vivo dessa busca incessante por propósito e significado. Ele trilhou um caminho sem distrações convencionais: sem esposa, filhos, casa ou emprego fixo. Tudo o que ele tinha era seu intelecto, e ele o cultivou com disciplina e dedicação, entregando-se à produção de obras que atravessariam séculos. Livros como “O Mundo como Vontade e Representação” e “Parerga e Paralipomena” são mais do que simples frutos de seu trabalho; são a essência de sua existência, sua forma de compartilhar seu dom com a humanidade.
Schopenhauer nunca lamentou o que não teve; ele não buscou conforto em uma vida comum, tampouco ansiou por uma família ao redor. Ele compreendeu que seu propósito era maior, algo que transcenderia sua própria vida: enriquecer a humanidade com suas reflexões profundas sobre a vida, o sofrimento e a vontade. Ele aceitou sua realidade completamente e, a partir disso, construiu um legado que continua a influenciar gerações.
Essa é uma lição valiosa para todos nós. Muitas vezes, nos perdemos em comparações, lamentando as oportunidades que não tivemos, as escolhas que deixamos de fazer. Mas Schopenhauer nos mostra que o verdadeiro sentido da vida está em aceitar o que somos e extrair o máximo do que temos. Cada um de nós tem algo único a oferecer, algo que pode impactar a vida dos outros de maneiras que talvez nunca imaginemos. Não se trata de possuir mais, mas de utilizar ao máximo o que possuímos.
Encontre o que faz de melhor, aceite-o plenamente, e dedique-se a isso com toda a sua alma. Pois, no fim, o que realmente importa não é o que nos faltou, mas o que fizemos com o que tínhamos. E assim, como Schopenhauer, deixaremos um legado que reverberará por séculos, enriquecendo a humanidade e dando um verdadeiro sentido à nossa existência.
— Alessander Raker Stehling
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