Imagine uma vida em que cada manhã é cinzenta, onde levantar da cama se torna um fardo gigantesco, e a satisfação se encontra tão distante quanto o sol em um dia nublado. Triste, não é? Uma existência sem alegria é como um jardim sem flores — seco, sem cor, sem vida. Infelizmente, muitos que se veem nesse cenário chegam a um ponto tão insuportável que acabam cogitando o pior. O prazer, de fato, é o que nos impulsiona a querer levantar, viver, criar, se reproduzir e buscar mais.
Agora, sejamos honestos — quem não gosta de uma boa comida, um abraço caloroso ou aquela música que mexe com a alma? Seja o deleite de afundar em um livro viciante, de maratonar a série favorita ou de tomar um sorvete em um dia quente. Esses momentos, por mais simples que pareçam, nos dão faíscas de alegria que tornam a vida mais leve e vibrante.
Mas aqui está o ponto: o prazer, embora essencial, pode se tornar uma armadilha. E é aí que a coisa complica. Olha só o mundo de hoje — a busca desenfreada por gratificação está por toda parte. A galera viciada em apostas, como o "jogo do tigrinho", ou nas apostas esportivas, sem falar daqueles que estão presos ao celular, deslizando infinitamente pelas redes sociais atrás de uma satisfação que nunca chega. E o que dizer das pessoas que vivem só para festas, farras e com zero produtividade? Parece prazer, mas, na verdade, é um loop vazio, uma anestesia que, no final das contas, só leva ao fracasso e à frustração.
Epicuro, que não era bobo nem nada, já nos alertava: o prazer não deve ser buscado de forma descontrolada. Ele defendia uma busca equilibrada — e isso não tem nada a ver com se jogar em qualquer satisfação imediata. O prazer pelo prazer, sem propósito, é uma cilada, e o resultado? Sofrimento.
Então, qual é o segredo? É o equilíbrio. Buscar os momentos prazerosos da vida, sim, mas com sabedoria. Um churrasquinho no fim de semana, uma cervejinha com os amigos — essas coisas têm valor, mas não podem ser a única fonte de sentido. Porque, junto com o prazer, vem a realidade: frustrações, responsabilidades e, claro, o sofrimento. E adivinha só? Tá tudo bem.
A verdade é que uma vida só de prazer seria como uma viagem sem fim — sedutora, sim, mas impossível. A chave está em entender que a dor faz parte do pacote. É ela que nos lembra de que estamos vivos, que estamos crescendo, e que os momentos de felicidade, por serem tão raros e especiais, valem tanto a pena. Quer viver de verdade? Aprenda a aceitar a realidade — com suas dores, suas alegrias e, acima de tudo, com o equilíbrio que Epicuro nos ensinou. Afinal, não dá pra ter o arco-íris sem um pouco de chuva, não é verdade?
— Alessander Raker Stehling
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