Envelhecer. Ah, envelhecer… Só de ouvir essa palavra, muitos já sentem um calafrio subindo pela espinha. E quem pode culpá-los? Afinal, a ideia de envelhecer frequentemente vem acompanhada da perda de vitalidade, de energia, de um corpo ágil. E, convenhamos, vivemos numa sociedade que idolatra a juventude como se fosse a única fase da vida que realmente importa. Isso leva alguns a verem o envelhecimento como um fardo, ou até a desprezarem a própria vida, desejando que ela acabe antes que as rugas ou cabelos brancos se instalem de vez.
Agora, eu estaria mentindo se dissesse que o passar do tempo não traz desafios. É verdade, quando somos jovens, parece que o mundo é pequeno demais para as nossas aventuras — a disposição para passar noites em claro, a energia para enfrentar desafios físicos sem pensar duas vezes, a capacidade de acreditar que nada pode nos parar. Mas, com o tempo, essas peripécias ficam limitadas. Correr atrás de um ônibus? Talvez, mas com um pouco mais de cuidado para não torcer o tornozelo. Ficar acordado até as 3 da manhã sem consequências? Só nos sonhos!
Por outro lado, seria uma tremenda injustiça pintar o envelhecimento como uma fase só de perdas. Pelo contrário, ele nos oferece tesouros que a juventude simplesmente não pode alcançar. Um deles? Sabedoria. Aquela calma serena que só quem já viveu o suficiente para entender que nem tudo precisa ser resolvido com pressa. Enquanto os jovens correm de um lado para o outro, os mais velhos sabem a hora certa de parar, observar e tomar decisões mais sensatas. As coisas começam a fazer mais sentido — até aquelas que antes pareciam impossíveis de compreender.
Além disso, existe um prazer quase esquecido no fato de estar mais em paz consigo mesmo. A ansiedade de provar algo para os outros vai desaparecendo. Você já sabe quem é, o que gosta, o que não tolera. É como finalmente vestir uma roupa que se ajusta perfeitamente, depois de anos tentando caber em algo que simplesmente não foi feito para você.
E se tem uma coisa que só a idade traz é a habilidade de rir de si mesmo. Lembra da juventude, quando cada pequeno erro parecia o fim do mundo? Com o tempo, você aprende que não tem problema algum em rir dos próprios tropeços — até porque, tropeçar faz parte da caminhada.
Então, se por um lado o corpo envelhece, por outro, a mente e o espírito têm a chance de florescer como nunca antes. E sabe o que é mais interessante? Envelhecer não precisa ser um pesadelo. Aliás, é uma oportunidade. Uma oportunidade de finalmente deixar de lado as preocupações superficiais e focar naquilo que realmente importa: no que você aprendeu, nas pessoas que ama, e em viver com mais leveza e propósito.
Se isso não é um superpoder, eu não sei o que é.
— Alessander Raker Stehling
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