O excesso de PRAZER está nos levando a um excesso de DESPRAZER.
O ser humano primitivo sempre lutou para sobreviver. A vida humana nunca foi fácil. Na época das cavernas éramos caçados e vivíamos escondidos em cavernas.
Para ter ideia, as primeiras ferramentas humanas eram utilizadas para quebrar os ossos e retirar o tutano. Não comíamos a carne e muito menos a carniça, mas o que restava depois que todos os animais se banqueteavam; comíamos o tutano, o resto do resto.
Lutamos por milhões de anos para termos segurança e alimentos, em suma, para termos mais prazer na vida, pois a dor era uma constante.
Na realidade, a natureza sempre buscou o equilíbrio — prazer/dor. Essa busca pelo equilíbrio é uma força universal, chamada homeostase, ela está presente em tudo — de seres unicelulares a planetas.
Voltemos à história humana.
O ser humano sempre teve muitas dores e sofrimentos em sua vida, e muitos historiadores dizem que essa busca excessiva pelo prazer — no mundo moderno — é uma tentativa de compensar todo o desprazer primitivo que tivemos.
É fato que hoje temos muito mais prazer do que desprazer. Temos acesso fácil a alimentos, entretenimentos, filmes, músicas, livros, sexo, jogos, bebidas, etc., mas, esse “mergulho de cabeça” no prazer tem um preço.
Ao mergulharmos na busca pelo prazer, nosso cérebro se inunda de dopamina (hormônio responsável pela sensação de prazer). A balança da homeostase — prazer/dor — fica pendente para o lado do prazer, ou seja, fica desnivelada. Se parássemos de buscar um pouco o prazer, ela se regularia automaticamente na posição neutra, ou equilibrada. Contudo, insistimos na busca pelo prazer, que ocorre a todo o tempo e em todos os locais, e para compensar esse excesso de dopamina, o nosso corpo pende a balança para o outro lado, para a dor e desprazer.
O ser humano, como vimos, sempre precisou lutar para sobreviver. Ele tinha excesso de sofrimento (dor) e por isso buscava algum prazer. Hoje temos excesso de prazer e evitamos muito o sofrimento, isso desnivela a balança da homeostase, que nos leva ao desânimo, depressão e tristeza, para tentar regular novamente o organismo.
Qual é a solução? Abandonarmos um pouco os “bombardeios de dopamina”, os prazeres — celular, redes sociais, bebidas, fast food, entretenimentos — para que o nosso corpo possa se regular naturalmente: nem para um lado (prazer) e nem para o outro (dor).
— Alessander Raker Stehling
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