O Brasil possui a população mais ansiosa do mundo, cerca de 9,3% dos brasileiros sofrem de ansiedade patológica, segundo a Organização Mundial da Saúde. Quando não tratada corretamente, a ansiedade pode se tornar um problemão e desencadear outros transtornos mentais, como a depressão. As taxas de suicídio no Brasil aumentaram cerca de 30% nas últimas duas décadas, e é a quarta principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos de idade, segundo o Ministério da Saúde.
Um estudo publicado no Journal of Psychiatry do Canadá confirmou que quanto mais usamos telas, mais altos são nossos níveis de ansiedade. Mas qual é a relação entre as mídias sociais e a ansiedade?
Existem muitos fatores que contribuem para que o Brasil tenha a população mais ansiosa do mundo, incluindo desigualdades sociais, más condições de trabalho, violência e acesso limitado aos serviços de saúde mental. No entanto, o uso excessivo de mídias sociais também pode contribuir para o aumento dos níveis de ansiedade.
Elas são ótimas se bem usadas, podem nos conectar a outras pessoas, fontes de notícias, arte, música e entretenimento. Mas se não forem usadas sabiamente, podem trazer vários problemas, incluindo comparação social, preocupação excessiva com a imagem corporal e cyberbullying.
As mídias sociais podem levar as pessoas a comparar suas vidas com as de outras, o que pode despertar sentimentos de inadequação e baixa autoestima. No Brasil, há uma forte ênfase na beleza física, sobretudo a corporal, o que pode levar as pessoas a se sentirem ansiosas e preocupadas excessivamente com sua aparência, levando a transtornos alimentares como anorexia e bulimia. O cyberbullying também “corre solto” nas mídias sociais e é extremamente prejudicial à saúde mental, aumentando substancialmente os níveis de ansiedade.
Muitas pessoas também usam as mídias sociais como uma forma de lidar com emoções negativas: como solidão, tédio ou tristeza. Eles recorrem à plataforma para distração ou validação social, o que pode levar ao uso excessivo e aumento da ansiedade.
Para estabelecer uma relação saudável com as mídias sociais, é crucial estabelecermos limites em seu uso. O ideal é não tê-las como fonte principal de prazer. Aqui sugiro outras alternativas, como: ler um livro, assistir a um filme, cozinhar, fazer exercícios, passar tempo com amigos pessoalmente, praticar mindfulness ou meditação, praticar técnicas de respiração, reconectar-se com a natureza e, não menos importante, fazer algum tipo de psicoterapia.
Muitos notam melhorias significativas nos níveis de ansiedade ao passar o dia completamente desconectados das mídias sociais. Embora isso possa ser um desafio em nosso mundo interconectado, vale a pena considerar desligar seu telefone, talvez nos fins de semana, ou quando estiver com amigos em um encontro social.
Concluindo, as mídias sociais são uma faca de dois gumes que podem nos conectar com outras pessoas ou contribuir para nossos problemas de saúde mental. O uso excessivo das mídias sociais pode aumentar os níveis de ansiedade consideravelmente, mas estabelecer limites saudáveis em seu uso ajudará, sem dúvida, a mitigar seus efeitos negativos.
— Alessander Raker Stehling
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