“Cada um vive em primeiro lugar e efetivamente em sua própria pele, e não na opinião alheia.” Talvez diga: “Essa frase de Schopenhauer é ridiculamente óbvia. É claaaaaaaaaro que eu vivo na minha pele e não na cabeça duzotros.” Realmente, tenho de concordar contigo, entretanto a forma como as coisas foram construídas em nossa sociedade nos levam para um caminho perigoso, a saber: a hipervalorização da opinião externa sobre nós.
Pare um momento e reflita: quantas decisões você tomou porque queria impressionar alguém? Ou quantas vezes deixou de fazer algo que realmente queria por medo do julgamento alheio? Se a resposta for “nenhuma”, meus parabéns, você merece o “Troféu Joinha👍🏻!” No entanto, essa geralmente não é a regra. A maioria de nós está presa na teia invisível das expectativas sociais, tecida pacientemente pelas mãos habilidosas da mídia, do governo, do marketing e, claro, das redes sociais.
Abra aí seu Instagram, o que verá? Um espetáculo de busca por validação e de julgamentos alheios, não é mesmo?! E o pior: nós aceitamos essa palhaçada com um sorriso no rosto, como se dependêssemos disso para sermos felizes. Por quê? Porque fomos condicionados a buscar aprovação externa como se fosse oxigênio.
É irônico, não é? Queremos ser únicos, autênticos, originais, mas nos moldamos às opiniões dos outros. Usamos as roupas que estão na moda, seguimos as tendências que ditam o que é “cool” e buscamos a validação através de likes e comentários. Mas, no final do dia, estamos mais perdidos do que nunca, porque esquecemos de ouvir a única opinião que realmente importa: a nossa.
A verdade é que a opinião dos outros é um sopro de vento. Hoje ela sopra a seu favor, amanhã pode mudar de direção. Construir sua autoestima com base nisso é como construir um castelo de areia à beira do mar. Mais cedo ou mais tarde, as ondas da crítica e do julgamento vão desmoronar tudo.
Então, o que podemos fazer para não cair nessa armadilha? Primeiramente, precisamos aprender a nos ouvir. Sabe aquele silêncio desconfortável quando estamos sozinhos com nossos pensamentos? Precisamos acolhê-lo. Como dizia Nietzsche: siga a tua angústia, ela é o caminho rumo a ti mesmo. É nesse desconforto que encontramos nossas verdadeiras vontades, paixões e valores.
Segundo, devemos praticar a arte de tacar o foda-se. Sim, é uma arte! E como toda arte, requer prática e dedicação. Quando você se deparar com a necessidade de agradar alguém, pergunte-se: “É realmente necessário isso?” Se a resposta for não, então foda-se.
E por fim, lembre-se de Schopenhauer: você vive na sua própria pele. É nela que sente o calor do sol, o frio do inverno, o toque de quem ama. É nela que experimenta a vida. A opinião dos outros? É só ruído. Foque na qualidade da sua existência.
Vivendo de acordo com nossas próprias expectativas e desejos, nos libertamos dessa prisão invisível. E quem sabe, possamos inspirar outros a fazerem o mesmo. Afinal, a vida é curta demais para ser vivida segundo o roteiro dos outros.
— Alessander Raker Stehling
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