Qual foi a última vez que você deu aquela respirada profunda de encher o peito, saboreou suavemente o seu almoço, disse “eu te amo” de coração às pessoas que têm afeição, sentiu o frescor da brisa ao cair da noite, apreciou as gotas de chuva e, por que não, dançou na companhia delas, inspirou o exuberante perfume das flores?
Todas estas simples coisas fazem parte da beleza da vida e estão ao nosso alcance, porém entendo que muitos se esquecem que a vida não é uma corrida acelerada rumo à morte, certeza final de todos, mas sim um conjunto de momentos preciosos que nos escapam entre os dedos enquanto estamos ocupados demais com as angústias do amanhã e o desprezo pelo presente. A ânsia de um futuro que nunca chega nos transforma em meros fantasmas de nós mesmos, correndo de um lado para o outro, acumulando tarefas, conquistas vazias e desesperos sem fim. E no meio desse turbilhão, o presente se esvai, desvalorizado, relegado ao tédio e à insignificância.
Vivemos como autômatos, programados para atingir metas que não são nossas, para satisfazer expectativas impostas por uma sociedade doente de pressa e superficialidade. A cada dia, somos consumidos pela urgência de sermos mais, termos mais, fazermos mais. E nessa insana busca por um futuro promissor, esquecemos de viver. Esquecemos que a vida, em sua essência mais pura, é uma arte que deve ser apreciada e degustada, não apenas suportada.
Perdemos a capacidade de nos maravilharmos com o agora, de nos deleitarmos com as pequenas maravilhas que a vida nos oferece a cada instante. O riso sincero de uma criança, o calor de um abraço verdadeiro, o silêncio acolhedor de uma noite estrelada. Estes são os verdadeiros tesouros que a pressa do mundo moderno nos rouba, enquanto corremos cegamente atrás de um horizonte que se afasta a cada passo.
É hora de parar, respirar e redescobrir a arte de viver. De aprender que a vida não é uma linha reta rumo ao desconhecido, mas um vasto campo de possibilidades a ser explorado com calma, curiosidade e gratidão. Cada momento, por mais ínfimo que pareça, é uma pincelada na grande tela da nossa existência, e cabe a nós escolhermos as cores e os traços que darão forma à nossa obra-prima.
Então, pare de correr. Sinta o presente com toda a intensidade que ele merece. Aprecie o sabor dos pequenos prazeres, diga “eu te amo” com sinceridade, permita-se ser tocado pela beleza que o rodeia. Lembre-se de que a vida é uma arte que precisa ser vivida com paixão, apreciada com todos os sentidos e saboreada com o coração aberto.
Enfim, não permita que a pressa e a ansiedade apaguem as cores vibrantes do seu quadro. Viva com paixão, com presença, com entrega. Faça da sua vida uma verdadeira obra-prima, digna de ser contemplada, apreciada e lembrada. Porque, afinal, a vida é uma arte e você, o artista.
— Alessander Raker Stehling
☑ Aprenda Psicanálise de forma Simples e Fácil. Clique no link e conheça o nosso curso ➜ https://www.psicanalisefacil.com.br/curso-psicanalise-facil
Comentários