A vida moderna é um forte obstáculo para a criação saudável dos filhos.
Toda criança em sua primeira infância — início da vida até os cinco anos — precisa de grande nutrição emocional em forma de amor, apoio e proximidade com os cuidadores. A ausência da mãe terá um efeito negativo sobre a criança, já que a mãe é o universo dela, sobretudo no primeiro ano de vida.
A maternagem — em tempos passados — era sinônimo de amor pelos filhos, e as mães se colocavam à disposição destes, enquanto os pais traziam o sustento para dentro do lar.
Entretanto, na moderna sociedade, o poder de compra caiu drasticamente e o sucesso da mulher saiu da posição de mãe, para a de uma mulher bem sucedida no mundo dos negócios.
Quero deixar bem claro: Não tenho nada contra a emancipação da mulher e não sou contrário a que elas tenham uma carreira de sucesso e alcancem os mais altos cargos corporativos. Mas, é triste quando as necessidades de uma mãe conflitam com as necessidades de seus filhos. Contudo, não podemos responsabilizar apenas as mães, pois muitos homens não assumem os seus filhos, e diversos outros agem como crianças irresponsáveis e não contribuem em nada — em alguns casos até atrapalham — na criação dos mesmos. Somados a isso, temos o problema financeiro citado acima.
Uma criança sem o devido nutrimento se fechará em seu mundinho interior, tentando não sofrer mais do que já está sofrendo. Essa criança, agora isolada, irá parar de brincar e tentar se tornar um adulto o mais rápido que puder. Não mais ansiara o contato com o corpo da mãe, que representa amor, acolhimento e segurança. Os resultados dessa trágica experiência todos podem imaginar: tais crianças terão uma sensação de carência na vida adulta, e por mais que tenham crescido, continuarão mentalmente presas na infância. Teremos, consequentemente, adultos carentes e imaturos.
Um adulto carente emocionalmente, quando vira mãe, buscará nos filhos os afetos que lhe foram negados na infância, tendo dificuldades para satisfazer as necessidades dos filhos.
E assim o ciclo se repete: os pais passam a “batata quente” para os filhos, que posteriormente passarão os mesmos problemas para a próxima geração.
Quão triste é imaginar essa cena, mas infelizmente, é isso o que acontece.
“Sentimentos de amor e gratidão surgem direta e espontaneamente no bebê em resposta ao amor e cuidado dados pela mãe” – Melanie Klein.
— Alessander Raker Stehling
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