Todo mundo conhece alguém que adora se relacionar com pessoas “fim de carreira” ou “chave de cadeia” — se você não se lembra de ninguém assim, talvez é porque você seja essa pessoa.
Teoricamente somos livres para escolhermos nossos parceiros(as), muitos tem uma lista de atributos que gostariam de ver nele(a), mas, na prática, as coisas não funcionam bem assim. No dia a dia sentimos forte atração pelo mesmo perfil, que os amigos percebem nitidamente ser tóxico e problemático, mas não queremos nem saber, lá estamos, vez após vez… como diz meu pai: “dando murro em ponta de faca”. Mas, por que isso ocorre?
A resposta para isso está na infância, no modelo de amor internalizado em nossos primeiros anos de vida. Quem teve um pai bastante nervoso e agressivo, muito provavelmente irá se atrair por um homem similar, já quem teve uma mãe depressiva e sensível demais, irá se atrair por uma pessoa parecida. Em outras palavras: nossa mente busca recriar os sentimentos de amor que introjetamos na infância. E isso geralmente é um problema.
Veja bem, o amor que conscientemente buscamos pode estar ligado à generosidade, ternura, bondade, parceria, companheirismo e fidelidade. Mas o “amor” que internalizamos inconscientemente na infância foi justamente o oposto: nosso pai traindo a nossa mãe, eles gritando um com o outro, agressões físicas, eles drogados ou alcoolizados…
O padrão mental foi criado, a “merda tá feita”, e isso acontece porque o nosso cérebro busca o que lhe é familiar, aquilo que ele não percebe como ameaçador. Afinal, se tive pais problemáticos na infância e sobrevivi até hoje, é porque sei lidar bem com isso, e supostamente saberei lidar também no futuro. É por isso que sentimos forte atração pelos modelos do passado, em suma: eles são mais “seguros”.
Sair desses modelos tóxicos de amor não são fáceis. Eles ficam em partes profundas e importantes da nossa memória, mas mudar isso é possível — não sem extremo esforço. Uma ajuda psicoterapêutica nesses casos seria bom, pois o profissional da saúde mental irá nos mostrar a realidade da nossa escolha tóxica, que talvez não percebamos devido à paixão.
Lembre-se, você não tem “dedo podre” e nem gosta de “chave de cadeia” porque quer, mas porque foi condicionado assim em sua infância. No entanto, nestes casos, o conselho de Sartre cai como uma luva: “Não importa o que fizeram com você. O que importa é o que você faz com aquilo que fizeram com você.”
— Alessander Raker Stehling
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