Ontem à noite, encontrei Flávio e começamos a conversar. “E aí, Flávio, como estão as coisas?” perguntei. “Vi uma postagem recente sua falando da sua namorada, só elogios, bacana demais, meus parabéns”, continuei. “Poxa, Alê, nem sei como te falar, tô até com vergonha, mas já terminei o namoro com ela”, ele me respondeu. “Eita, rápido, hein? Durou quanto tempo? Duas semanas? Hoje em dia tá desse jeito, né? Mas o que ocorreu?” questionei. “Ah, muitas exigências, ela reclamava das minhas roupas, da minha postura, do meu jeito de falar, nada estava legal. Senti que ela queria me mudar de todo jeito. Não deu pra mim não, viu? Estava sufocado já”, Flávio, com expressão de alívio, me confessou. “Entendo, amigo. Inclusive, já passei por isso em um antigo relacionamento. Essa insatisfação, que leva a um controle e manipulação, é terrível mesmo. Sinto muito por você, mas creio que foi um livramento.”
Agora, refletindo nas palavras do meu amigo, penso como é comum essa tentativa de moldar o outro, de encaixá-lo em uma forma predeterminada, sufocando sua essência. Isso não é só uma questão de relacionamento amoroso, mas se manifesta em diversas áreas da vida: no trabalho, nas amizades, até nas famílias. Parece que temos uma tendência a querer que os outros se adaptem ao que achamos ideal, sem levar em conta suas particularidades, suas singularidades.
O problema é que, ao tentar impor nossa vontade sobre o outro, deixamos de enxergar a beleza da diversidade humana. Cada pessoa é um universo, com sua própria bagagem, valores e formas de enxergar o mundo. Quando exigimos que alguém mude para se adequar ao nosso molde, estamos, na verdade, negando essa riqueza.
Goethe, em sua sabedoria, compreendeu que tentar harmonizar o mundo ao nosso redor, em vez de apreciar as diferenças, é uma grande estupidez. O verdadeiro aprendizado está em buscar conhecer o outro em sua totalidade, respeitar e, quem sabe, aprender com essas diferenças.
A vida se torna mais rica e significativa quando aceitamos as pessoas como elas são, sem expectativas irreais. Assim, somos capazes de construir relações mais genuínas, baseadas na aceitação e no respeito mútuo. Afinal, é na diversidade que encontramos a essência e a beleza do infinito cosmos.
— Alessander Raker Stehling
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