Flávio sempre foi um grande amigo. Criado no interior de Minas Gerais, na cidade de Jequitibá, que possui pouco mais de 5.000 habitantes. Sabe aquele cara humilde, gente boa e amigo para toda hora, então, esse é o Flávio. Eu realmente admiro ele.
Mas, “nem tudo são flores.” Meu grande amigo sempre fez tudo para todo mundo, principalmente depois que foi morar numa cidade maior. Lembro-me que, toda vez que íamos em algum barzinho, ele me mostrava seu celular repleto de pessoas pedindo coisas. Era gente pedindo conselhos, ajuda financeira, carona, a companhia dele… era muita gente mesmo, e ele se desdobrava em mil para agradar a todos. Tentei aconselhá-lo, pedi que pensasse um pouco em si, mas nunca adiantou, ele sempre agia do mesmo jeito. Talvez pela forma que fora criado, afinal, seus pais eram muito rigorosos, e ele, como filho mais velho, acabou se responsabilizando pelos irmãos mais novos. Creio que por isso ele fosse tão responsável.
Outro dia ele veio desabafar comigo, dizendo que havia feito de tudo para sua ex-namorada Jéssica, mas que, mesmo assim, ela havia terminado com ele. Para ser honesto, não me surpreendi, já que, as outras duas namoradas anteriores fizeram o mesmo. Sabe, a relação começava até bem, mas com o tempo elas pareciam enjoar dele. Talvez pelo fato dele fazer de tudo por elas, mas, eu sempre falava: “Cara, você não é pai delas, pensa um pouco em você.”
Esses dias eu tava pensando: “O ser humano é muito ingrato. Flávio faz de tudo pra todo mundo: ele gasta o que não tem, vai dormir tarde da noite ouvindo e aconselhando os amigos, busca gente de carro lá na 'casa do chapéu', empresta dinheiro pro povo... mas, ninguém dá valor. Só me vem na memória aquela frase de Rousseau: 'Quem quer agradar a todos não agrada a ninguém.'”
— Alessander Raker Stehling
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