Durante toda a história humana, um paradoxo intrigante se manifestou repetidamente: o ódio, mais do que o amor, tem sido frequentemente o catalisador que une as pessoas. Enquanto o amor muitas vezes é celebrado como o vínculo mais forte entre indivíduos e comunidades, é o ódio que tem uma capacidade singular de aglutinar multidões, moldar movimentos e até mesmo desencadear guerras.
A história está repleta de exemplos sombrios que ilustram essa realidade. Desde os tempos antigos até os dias atuais, vemos como o ódio, alimentado por uma variedade de motivos — sejam eles étnicos, religiosos, políticos ou territoriais —, tem sido capaz de transcender barreiras sociais e geográficas, unindo pessoas em uma causa comum, muitas vezes destrutiva.
Civilizações inteiras foram construídas sobre fundações de ódio, com líderes manipulando as emoções mais básicas e primordiais das pessoas para consolidar seu poder. Da mesma forma, movimentos ideológicos e grupos extremistas encontram sua coesão na antipatia compartilhada em relação a um inimigo percebido, real ou imaginado.
Até mesmo em escalas menores, o ódio pode ser um poderoso agente de coesão. Nas relações interpessoais, por exemplo, laços são formados não apenas pelo afeto mútuo, mas também pelo compartilhamento de antipatias e inimizades comuns. Você deve conhecer casais que se odeiam, mas não se largam. Tais relações, costumam, inclusive, durar a vida toda, chegando a bodas de diamante.
No entanto, apesar da força aparente do ódio em unir as pessoas, é importante reconhecer que seu poder é muitas vezes efêmero e destrutivo. Enquanto o amor tem a capacidade de construir, nutrir e inspirar, o ódio tende a corroer, dividir e consumir. É por isso que, embora o ódio possa inicialmente unir as pessoas em uma causa comum, é o amor que oferece a verdadeira sustentabilidade e a possibilidade de paz duradoura. Em um mundo marcado por divisões e conflitos, talvez seja hora de redescobrirmos o poder transformador do amor como força unificadora, frutificadora e duradoura.
— Alessander Raker Stehling
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