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O Desafio de Lidar Com a Saúde: Por Que Temos Medo do Que Nos Faz Bem | Winnicott Explica

  • Foto do escritor: Alessander Raker Stehling
    Alessander Raker Stehling
  • 4 de jun.
  • 3 min de leitura

“É muito mais difícil lidar com a saúde do que com a doença.”


Quem tem — ou já teve — filhos travessos, espoletas, cheios de energia e vida… sabe exatamente o que Winnicott queria dizer com isso.


Você já deve ter vivenciado essa cena: a criança corre pela casa, escala os móveis como se estivesse no filme do Tarzan, pergunta tudo o que vê, ri alto, se joga no chão, briga com o irmão, faz mil pedidos em dois minutos e — claro — desaparece no momento em que você mais precisa que ela esteja parada.

Você se preocupa. Grita: “Cuidado aí!”

E lá vem o tombo. Um choro, um ralado no joelho — e o coração sai pela boca.


Mas, ironicamente, quando essa mesma criança pega uma gripe, algo muda.


Você fica mal por ela, é claro — ninguém gosta de ver um filho doente —, mas há também uma estranha sensação de controle. Você sabe onde ele está. Está quietinho. Toma os remédios, dorme na hora certa, pede colo, aceita seu cuidado.

Na doença, tudo parece mais “organizado”.

O caos da vitalidade dá lugar a uma previsibilidade que, embora triste, é mais fácil de manejar.


Winnicott não errou: lidar com a saúde é mil vezes mais difícil do que lidar com a doença.


E isso vale não só para as crianças — mas também para nós, adultos.


Porque estar saudável não é apenas não estar doente.

É estar vivo.

É querer explorar, mudar de planos, experimentar coisas novas, questionar certezas, dizer “não” quando todo mundo espera um “sim”.

É se permitir chorar sem motivo aparente, rir em hora imprópria, desejar algo que parece ilógico.



Gente saudável é gente imprevisível.


E o imprevisível — embora encantador — também assusta.

Porque exige de nós algo que a doença não exige: presença real, escuta verdadeira, abertura sentimental, tolerância à incerteza.

A doença é uma estrada com placas bastante conhecidas: “sintoma”, “diagnóstico”, “tratamento”, “previsão de melhora”.

A saúde, por outro lado, é um caminho no meio do mato — cheio de trilhas novas, barulhos desconhecidos, bifurcações que a gente não sabe aonde vão dar.


Na doença, podemos aplicar protocolos.

Na saúde, precisamos nos entregar ao encontro com o desconhecido.

E esse encontro, muitas vezes, nos apavora.


A criança saudável vai questionar seus limites.

O adolescente saudável vai desafiar suas regras.

O parceiro saudável vai expressar desejos que talvez não te incluam.

E você, saudável, vai se ver diante de escolhas que exigem coragem.


Por isso, às vezes, é mais fácil quando algo “dá errado”.


No fundo, talvez a gente prefira o sintoma à liberdade.

A contenção à expansão.

O previsível ao espontâneo.

A anestesia ao risco de viver.


Mas… e se viver for justamente esse risco?


Você está realmente preparado para encontrar — de verdade — alguém saudável?

Ou será que, no fundo, você se sente mais confortável com aquilo que pode tratar, consertar, controlar?


E se o maior desafio da vida for lidar com o que há de mais vivo em nós… e no outro?


“É preciso ter o caos dentro de si para dar à luz uma estrela dançante.” — Nietzsche


— Alessander Raker Stehling

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“É muito mais difícil lidar com a saúde do que com a doença.” Frase Winnicott
“É muito mais difícil lidar com a saúde do que com a doença.” Frase Winnicott

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