Imagine a seguinte cena: você recebe uma crítica no trabalho e, de repente, sente um nó na garganta, uma vontade absurda de sumir dali e, quem sabe, se esconder debaixo da coberta, como fazia na infância. Ou então, no meio de uma discussão, um adulto começa a bater o pé, cruzar os braços e soltar um “Não quero! Não vou!”, igualzinho a uma criança birrenta. E que tal aquele amigo que, quando está carente, começa a falar com voz de bebê? Freud explica? Com certeza!
Tudo isso pode ser um caso clássico de regressão — um mecanismo de defesa do ego que nos faz voltar a padrões de comportamento típicos da infância quando estamos sob estresse, frustração ou medo. Basicamente, quando a realidade pesa, nosso ego “grita”: “Ok, já deu! Vamos voltar para um momento mais seguro!”
Na prática, a regressão pode se manifestar de várias formas. Em situações de grande ansiedade, algumas pessoas podem adotar comportamentos infantis, como falar igual criança, chupar os dedos, pedir colo ou querer ser cuidadas. Outras ficam teimosas e birrentas, como se tivessem cinco anos de novo. E há também quem desenvolva rituais obsessivos, lembrando a fase da infância em que precisavam de controle para se sentirem seguros.
Isso quer dizer que regredir é sempre ruim? Nem sempre. Pequenos momentos de regressão podem ser normais e até reconfortantes — quem nunca quis assistir a um desenho antigo, se enrolar na coberta ou comer um prato da infância em um período difícil? O problema surge quando a regressão vira um padrão, impedindo o crescimento emocional e nos deixando presos a formas imaturas de lidar com a vida.
Superar a regressão exige autoconhecimento e coragem para encarar o desconforto sem recorrer ao passado como refúgio. Terapia, reflexão e o fortalecimento da autonomia emocional ajudam a construir um ego mais forte, capaz de enfrentar os desafios sem precisar fugir para a “terra do nunca”.
Então, da próxima vez que sentir vontade de fazer careta quando alguém te chamar a atenção ou ficar de bico e emburrar, lembre-se: você já saiu do prezinho! Brincadeirinha. Respire fundo, conte até dez e responda como um adulto. Sei que não é fácil, mas crescer faz parte — é desafiador, sim, mas também libertador. No fim das contas, enfrentar a vida de frente é muito mais poderoso do que se esconder debaixo do cobertor em posição fetal… por mais tentador que isso pareça às vezes! 😆
— Alessander Raker Stehling
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