Dizem que “se você não se curar do que te feriu, vai sangrar em cima de pessoas que não te cortaram.” Não posso negar que essa frase se encaixou como uma luva na minha história de vida. Olhando para trás, consigo enxergar o quanto fui injusto com as minhas ex-namoradas, sobrecarregando-as com problemas que não eram delas, mas meus.
A relação mal resolvida que eu tinha com minha mãe era uma ferida que eu insistia em ignorar. E, de forma inconsciente, esperava que minhas parceiras pudessem sanar essa dor, como se elas pudessem ser o remédio para uma cicatriz que nem eu sabia o quão profunda era. Cada tentativa foi um fracasso. Não por falta de amor ou de esforço, mas porque, no fundo, elas nada podiam fazer diante daquilo que era exclusivamente minha responsabilidade.
Foram anos repetindo o mesmo padrão, até que finalmente busquei ajuda psicoterapêutica. Foi nesse espaço seguro que comecei a juntar os pedaços de mim mesmo, entender de onde vinham aquelas dores e aprender que, se eu quisesse parar de sangrar nos outros, precisaria primeiro estancar minhas próprias feridas.
Não foi fácil. Foram 8 anos de terapia — e, sinceramente, ainda continuo nesse processo. Mas, aos poucos, fui compreendendo que ninguém, além de mim, poderia carregar o fardo da minha história. A cura veio quando parei de buscar nas pessoas a solução para o que era meu.
Hoje, aprendi que estar inteiro é um presente que oferecemos a nós mesmos, antes de qualquer coisa.
— Alessander Raker Stehling
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