Vamos fazer um desafio: ligue a TV agora e assista a um jornal. Quais notícias vão aparecer? Normalmente, mais do mesmo: crimes, falcatruas na política, esportes, clima e, quem sabe, uma ou outra notícia boa — bem rapidinha, é claro.
— “Cristiane foi assassinada pelo marido.”
— “Chuva forte deixa ruas alagadas em São Paulo.”
— “Desigualdade trava desenvolvimento social e econômico do Brasil.”
Você já viu tudo isso antes. E, nas redes sociais, como sempre, os palpiteiros têm a solução!
“Isso é porque mulher gosta de bandido!” (Porque, claramente, o problema do feminicídio se resume a uma escolha ruim, aff!)
“Isso é culpa da prefeitura, nunca fazem nada direito!” (Sim, claro, porque engenharia urbana, mudanças climáticas e consciência ecológica não contam, né?!)
“O governo precisa dar dinheiro pros pobres, aí resolve a desigualdade!” (E quem paga essa conta? O Papai Noel ou o Coelhinho da Páscoa?)
O que Descartes diria disso tudo? “Não existem métodos fáceis para resolver problemas difíceis.” Mas muita gente insiste em achar que existem.
Pense comigo: o caso de Cristiane, morta pelo marido, não é um episódio isolado. Feminicídio é um problema enraizado, fruto de séculos de machismo, desigualdade de gênero, falhas no sistema de justiça e de uma sociedade que insiste em minimizar o problema. Além disso, há também a questão da saúde mental do agressor, muitas vezes negligenciada, seja pela falta de acesso a tratamento, seja pelo tabu que envolve as questões emocionais nos homens.
A chuva alaga as ruas de São Paulo todo santo ano, e é óbvio que a questão do lixo e dos bueiros entupidos faz parte do problema. Porém, precisamos considerar outros elementos: fatores climáticos, o grau de saturação do solo, construções irregulares, ocupação de áreas de risco e um modelo de crescimento urbano que favorece o lucro imediato em detrimento da segurança da população. Mas o povo segue acreditando que limpar bueiros e dar um puxão de orelha no prefeito vão resolver tudo.
A desigualdade? Bem, essa é moleza de resolver. Ela não é só um número — é um sintoma de um sistema que concentra riqueza, com educação precária, impostos injustos, corrupção, falta de oportunidades e uma cultura que idolatra bilionários. Mas, para os especialistas de internet, basta distribuir dinheiro e pronto: desigualdade resolvida!
Se fosse tão simples, não estaríamos debatendo esses problemas há séculos. Mas vivemos na era do imediatismo, em que todo mundo tem opinião sobre tudo e acredita que suas ideias geniais são a salvação da humanidade. A realidade, porém, é bem diferente. Questões difíceis exigem reflexão, tempo e, acima de tudo, esforço coletivo para mudanças reais. E, se tem uma coisa que muita gente quer evitar, é o esforço — sobretudo o coletivo, já que estamos cada vez mais divididos.
Entendo que pensar dá trabalho, mas cá pra nós, viver na ilusão custa muito mais caro… e a conta, meu amigo, essa sempre chega!
— Alessander Raker Stehling
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