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Foto do escritorAlessander Raker Stehling

Decisões Difíceis: O Que Sartre Pode Nos Ensinar Sobre Escolhas e Consequências

Essa semana fui a um restaurante aqui perto de casa. Puxei uma cadeira, ajeitei-me, e logo apareceu o garçom com um cardápio — que mais parecia um livro — nas mãos. Fiquei meio perdido; dezenas de opções de pratos me encaravam, como se dissessem “Escolha-me! Escolha-me!”. Sem conhecer o local, tomei a decisão mais prudente e perguntei: “O que o pessoal mais tem pedido? Qual é a especialidade da casa?” Ele deu um sorriso compreensivo e sugeriu duas opções: uma porção de bolinhos de bacalhau com molho de alho e um prato de carne de panela com batatas. Eu gosto das duas opções, mas acabei decidindo pelos bolinhos — fazia tempo que eu não comia bacalhau, então não foi muito difícil escolher.


Decisões… Ah, como somos confrontados por elas todos os dias! Desde o que vestir de manhã até escolhas mais importantes, como para onde ir nas férias ou o que pedir no almoço. Escolher é parte da vida. E, sabendo que temos essa dificuldade crônica, a tecnologia dá uma mãozinha — ou várias! Algoritmos de streaming sugerem as séries que provavelmente vamos gostar, redes sociais mostram os posts que vão chamar nossa atenção, e até aplicativos de compras “adivinham” nossas necessidades antes mesmo de nós. É prático? Sim. Mas tem um porém: acabamos vivendo numa bolha que apenas reforça o que já sabemos e gostamos, deixando de explorar o novo e o desconhecido.


Mas por que, afinal, decidir é tão difícil? Simples: porque decidir significa perder. Para cada “Sim” deve haver um “Não”. Quando escolhi os bolinhos de bacalhau, deixei para trás o prato de carne com batatas. Para cada possibilidade abraçada, várias outras são abandonadas, e isso pode ser angustiante. Nosso cérebro nos prega peças: “Será que essa é a melhor escolha?”, “E se eu estiver errado?”, “Mas e se…”. A ansiedade aparece, o medo cresce, e aquela sensação incômoda de angústia nos paralisa.



Entretanto, como disse Sartre, “Viver é isto: ficar se equilibrando o tempo todo entre escolhas e consequências.” E a vida está cheia dessas perguntas: O que vestir hoje? Devo arriscar mudar de carreira? Vale a pena começar esse novo curso? É hora de mudar de cidade? Devo me envolver com essa pessoa? Decisões grandes ou pequenas, todas envolvem riscos e são desconfortáveis. Mas há um detalhe importante: não decidir também é uma escolha. A escolha da inércia. O tempo passa, as oportunidades escapam, e a vida segue enquanto permanecemos no mesmo lugar.


No final, a vida é como um cardápio gigante — cheio de possibilidades que gritam “Escolha-me!”. E você, que prato vai pedir? Vai arriscar algo novo ou escolher o conforto do conhecido? Ou pior: vai continuar folheando o cardápio, deixando a vida passar enquanto você envelhece? Afinal, qual é o maior risco: escolher errado ou nunca escolher?


— Alessander Raker Stehling

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“Viver é isto: ficar se equilibrando o tempo todo entre escolhas e consequências.” - Frases Sartre
“Viver é isto: ficar se equilibrando o tempo todo entre escolhas e consequências.” - Frases Sartre

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