Armadura Emocional: Por Que Nos Escondemos e Como Aprender a Tirá-la
- Alessander Raker Stehling
- 4 de jun.
- 3 min de leitura
Você já assistiu aos filmes da Marvel? Então com certeza conhece o Homem de Ferro — o gênio bilionário Tony Stark, com suas armaduras tecnológicas incríveis. O cara voa, atira laser, conversa com a própria inteligência artificial…
Na ficção, isso é incrível. É empolgante ver como uma armadura pode transformar um ser humano comum num super-herói capaz de enfrentar alienígenas e salvar o mundo.
Mas e na vida real?
Bom… aqui fora, as nossas armaduras são um pouco diferentes. Não brilham, não voam, não soltam lasers. E, infelizmente, não salvam o mundo. Muitas vezes, elas só nos afastam dele.
A verdade é que a gente também nasce como o Tony Stark sem a armadura — pelado, exposto, vulnerável. Uma criaturinha frágil. Mas, diferente dele, que se protege por fora, a gente começa a construir as nossas para se proteger por dentro — do medo, da vergonha, da dor e de experiências que nos machucaram e que a gente não sabia como lidar.
É assim: a criança nasce aberta. Ela não tem medo de sentir. Quando está feliz, gargalha sem culpa. Quando está triste, chora até cansar. Ela não se julga, não esconde, não interpreta um papel. Mas, com o tempo, vai percebendo que ser assim — autêntica — pode doer muito.
“Se você chorar, ninguém vai gostar de você.” “Para de fazer drama.” “Você tem que ser forte.”…
E pronto. Lá vamos nós, encaixando pecinhas na nossa primeira armadura emocional.
Cada crítica, cada rejeição, cada tentativa frustrada de ser quem somos e sermos amados por isso vira um motivo pra nos proteger. E, sem perceber, começamos a esconder partes de nós. Criamos máscaras, defesas, papéis. Nos tornamos “fortes” por fora…
Sabe qual é o problema? É que manter essa armadura pesa. Gasta energia. E nos separa.
Porque toda armadura que protege… também isola.
E o mais curioso é que, no fundo, tudo o que a gente quer é ser visto e aceito exatamente como somos. Mas, se a gente vive escondido dentro de uma armadura, como alguém vai conseguir nos enxergar?
Por isso, em algum momento — geralmente depois de algumas boas porradas — a gente sente um chamado. Vem a vontade de tirar o capacete, de respirar fora da carapaça que virou prisão. Fingir começa a doer mais do que sentir. Se esconder, mais do que se mostrar.
Mas não é fácil. Porque tirar a armadura assusta. Dá medo de sermos rejeitados, de não sermos suficientes, de mostrar nossas falhas, nossos pontos fracos, nossa bagunça interior.
É aí que entra o poder do acolhimento.
Quando alguém olha pra gente — sem julgamento, sem pressa, sem querer nos consertar — algo mágico acontece: a armadura começa a dissolver. A gente sente que pode baixar a guarda. Que pode ser imperfeito, inseguro, humano… e, ainda assim, ser digno de amor.
Esse tipo de presença cura. Porque, quando nos sentimos compreendidos e aceitos de verdade, não precisamos mais fingir que somos outra coisa. E o mais bonito? A gente começa a se aproximar de quem somos de verdade. E esse encontro… ah, esse encontro é transformador.
Porque viver com armadura pode parecer mais seguro — mas viver sem ela é muito mais leve.
Sem ela, a gente sente mais, ama mais, ri mais. E, sim, sofre também — mas se sente vivo de verdade. E estar vivo, de corpo e alma, é uma das coisas mais maravilhosas que existem.
Retirar a armadura é um processo. Não acontece de uma vez só. Às vezes, a gente tira uma pecinha e já quer vestir de novo. Tudo bem. Faz parte. O importante é saber que existe vida do lado de fora dela. Uma vida cheia de encontros reais, afeto verdadeiro e liberdade de ser.
Então, da próxima vez que você se pegar escondendo, se protegendo demais… talvez seja a hora de se perguntar:
“Será que não tem um pedaço da minha armadura que eu já posso deixar cair?”
E, se der medo — tudo bem. Tira só um pedacinho. E deixa alguém te ver.
É assim que começa a cura.
É assim que a vida volta a pulsar.
Sem superpoderes, sem raios laser.
Só com coragem, humanidade e um coração disposto a sentir e amar.
— Alessander Raker Stehling
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