Quando falo em inconsciente, muita gente faz cara feia e diz: “Eu não acredito nisso”. Freud explica? Com certeza. Vamos resgatar seus conceitos logo abaixo.
Em seu livro “A Interpretação dos Sonhos” Sigmund Freud apresentou seus profundos estudos sobre o inconsciente. Sua teoria já tinha bases profundas, ele já havia estudado o inconsciente há pelo menos 15 anos, logo, esse livro é muito relevante neste sentido.
Através dos sonhos Freud provou a existência de processos inconscientes (essa palavra “Processos” é importante, pois facilita o entendimento). O que ocorre é que, o nosso EU (ego) seleciona com rigor as memórias que vão para a consciência — normalmente as coisas que nos são mais úteis — e deixa de lado (subconsciente), ou reprime (a repressão é um mecanismo de defesa do EU), tudo aquilo que ele entende como angustiante para nossa consciência (traumas e desejos incompatíveis com o nosso EU, por exemplo), ou o que ele considera irrelevante para nós. A maior parte do trabalho do EU (ego) é reprimir os “infinitos” conteúdos inconscientes que tentam aflorar a consciência. Entretanto, nos sonhos esse EU perde força, e alguns conteúdos “vazam” para a consciência.
Freud percebeu que — como os filósofos já diziam — todo mundo tem muitos desejos, são tantos que o EU não dá conta de tudo isso. Sendo assim, ele seleciona aqueles que são mais compatíveis conosco e deixa de lado, ou reprime, aqueles que entende como incompatíveis — o desejo de mandar o chefe para “aquele lugar”, de furar a fila quilométrica, de beber além da conta, de matar alguém que tenha nos feito uma grande sacanagem… Perceba que, alguns desejos até sabemos que temos, mas os deixamos de lado, porém, existem outros que são totalmente incompatíveis com a nossa identidade — um pai de família que possui desejos homossexuais, por exemplo —, esses são fortemente reprimidos pelo EU. Freud dirá que os sonhos são realizações alucinatórias de desejos reprimidos (sobretudo da infância).
Os processos mentais conscientes (EU) são os que temos consciência (obviamente), entretanto, temos também processos mentais inconscientes, ou seja, tudo aquilo que faz parte de nós, que se passa no “plano de fundo” da nossa mente, mas que não estamos conscientes. Em algum momento podem ter sido conscientes, mas foram reprimidos, pois — geralmente — causavam grande desprazer para a nossa consciência (EU). Podemos afirmar, inclusive, que o papel da repressão é eliminar o desprazer. Sendo esse, o mecanismo de defesa — involuntário — mais radical da nossa mente.
Se você ainda não acredita que os sonhos comprovam a existência de atividades inconscientes, tente se lembrar de tudo aquilo que você faz, mas que não tem consciência de que está fazendo, como: dirigir um automóvel, tocar instrumentos, praticar esportes, jogar, os batimentos cardíacos, a respiração, o funcionamento dos seus órgãos, todos os complexos mecanismos vitais e inúmeras outras atividades que sequer passam por sua consciência, assim, esta pode ocupar-se com outras atividades — mais relacionadas à realidade externa e sua sobrevivência no presente. Temos aqui outra constatação: nossa consciência lida, na maior parte do tempo, com as ameaças externas, enquanto o nosso inconsciente lida com a nossa realidade interna, e toma a maioria das nossas decisões através dos “inputs” conscientes percebidos no presente.
Quanto o inconsciente influencia nossas ações? Isso é assunto pra caramba, deixemos para outro post.
Um abraço e obrigado pela leitura.
— Alessander Raker Stehling ☑ Aprenda Psicanálise de forma Simples e Fácil. Clique no link e conheça o nosso curso ➜ https://www.psicanalisefacil.com.br/curso-psicanalise-facil
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